"O comandante revolucionário continua a rodear-se de precauções, apesar das homenagens que lhe tributam na capital federal", escrevia neste dia 1 de novembro de 1930 o DN, na notícia de maior destaque da capa. A "revolução do Brasil" era o tema, marcada pela entrada "triunfal" de Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.."A entrada do dr. Getúlio Vargas na capital federal constitui a apoteose de todo o esforço dos revolucionários que pretendiam acabar com a supremacia de S. Paulo e Rio de Janeiro. A Junta Governativa procura ser gentil ao caudilho gaúcho que vai ssumir as funções de Presidente provisório", acrescentava este jornal, descrevendo a preparação das festas e honras militares com que seria recebido..Dois dias depois, aos 48 anos, o advogado que liderava a revolução civil que punha fim à "República Velha" assumia a liderança do governo, que manteria pelos 15 anos seguintes -- primeiro como chefe do Governo Provisório, depois como Presidente da República e enfim como líder do Estado Novo (o período mais longo)..Getúlio, que ficou conhecido como "pai dos pobres", pela legislação trabalhista que impulsionou e graças às políticas sociais que marcaram o seu governo, voltaria à presidência do Brasil seis anos mais tarde, eleito para o cargo, mas apenas ficaria três anos, acabando por suicidar-se.