A primeira reunião associativa no Ministério e no Estado-Maior-General
Após três décadas de luta, punições e algumas detenções, a Associação Nacional de Sargentos (ANS) criada em 1989 realizou esta segunda-feira a sua primeira reunião de trabalho no Ministério da Defesa e no Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
O encontro, no auditório do Ministério da Defesa, foi presidido pelo sargento-mor Lima Coelho (na reserva) e destinou-se a apresentar "objetivos e matérias prioritárias" para os militares dessa categoria, disse o líder da ANS ao DN.
A luta associativa dos militares em Portugal tem-se concretizado com forte oposição da generalidade das chefias militares e apesar de, há cerca de duas décadas, o então presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas Jorge Sampaio as instar a dialogar com as estruturas socioprofissionais legalmente constituídas - e largamente aceites noutros países da NATO.
Este novo passo concretiza-se com o almirante Silva Ribeiro como chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) e que, no cargo anterior de comandante da Marinha, já tinha sido o primeiro chefe militar a reconhecer formalmente as associações de oficiais, sargentos e praças.
O polémico processo de avaliações dos militares encabeça atualmente as preocupações dos sargentos, face ao impacto negativo das regras vigentes e que permitem a um militar - afastado da especialidade mas com louvores dados por titulares de cargos políticos - ultrapassar aqueles que continuaram ao serviço e com elevados desempenhos.
Em causa o maior peso relativo que os louvores entre o conjunto de fatores que determinam a classificação final dos militares para efeitos de promoção e que já provocou forte instabilidade na Força Aérea, como noticiado.
Saúde Militar, longos tempos de progressão hierárquica e reconstituição das carreiras são outras das questões que mais preocupam os militares e especificamente os sargentos, cujo líder já admitiu avançar.