A oportunidade da mudança não pode ser perdida

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No dia 11 de Outubro escrevi nestas páginas que Portugal se confrontava com outro Orçamento de oportunidades perdidas. Era mais um episódio da saga das governações socialistas, que nos últimos 25 anos (des)governaram o país em 17 e nos últimos seis em comandita com os restantes partidos da esquerda parlamentar.

Mas a aritmética parlamentar não permitiu a aprovação das contas do PS. Uns não aceitaram um Orçamento que insistia em manter Portugal estagnado; outros, os parceiros de geringonça, preferiam um Orçamento ainda pior. Felizmente não chegámos à fase da especialidade e, sendo agora oficial, o Presidente da República devolveu o poder de decisão a quem é mesmo o soberano, o povo.

E rapidamente passámos de um caminho de oportunidade perdida para agarrar a oportunidade.

A oportunidade de ter um governo e orçamentos que apontem sem hesitação para o crescimento do país. Um governo e orçamentos que coloquem finalmente como primazia a liberdade de escolha das pessoas e das empresas. Um governo e orçamentos que privilegiem a dinamização do país no seu todo, sem dogmas ideológicos. Um governo e orçamentos que ponham fim ao sufoco fiscal e às burocracias que bloqueiam a vida dos portugueses. Um governo e orçamentos que abandonem a nossa dependência total de fundos europeus. Um governo e orçamentos que estanquem a implosão dos serviços públicos.

Em suma, este é o momento de agarrar a oportunidade, de virar a página da dependência. Este é o momento de tirar o país da submissão externa.

A oportunidade de criar as condições para que cada um possa subir na vida pelo esforço e pelo trabalho. A oportunidade de implementar reformas que libertem a energia criativa dos portugueses, pois só assim o país poderá crescer e equiparar-se às mais dinâmicas economias europeias.

Mas para que tudo isto seja possível, devemos aproveitar esta ocasião única que as eleições legislativas vão proporcionar-nos.

O PS já demonstrou, ao longo de muitos anos de desgovernação, que deixou de merecer a confiança dos cidadãos.

PCP e Bloco já não iludem quase ninguém: as suas propostas só fariam o país retroceder ainda mais. E o PAN dissipou qualquer dúvida que pudesse subsistir, mostrando ser apenas mais um partido do arco do proibicionismo, cada vez mais encostado ao PS.

Não é, portanto, no espaço socialista que está a possibilidade de termos um país melhor.

Nem o futuro pode contar com partidos que, alimentados desde o berço por práticas xenófobas e populistas, passaram toda a legislatura alinhados com a esquerda parlamentar em propostas que só contribuíram para aumentar a despesa pública. Refiro-me ao Chega.

Quando a oportunidade sorria para o espaço não socialista, eis que dois partidos fundadores da democracia entram em processos autofágicos. Espero que PSD e CDS resolvam rapidamente as suas questões internas. Embora o tempo urja, ainda têm tempo para se concentrarem na resolução dos problemas do país.

Mas para a oportunidade de crescimento ser mesmo aproveitada, a chave da solução estará na Iniciativa Liberal, como garantia de que uma solução governativa não socialista, moderada ou "à direita" não vacilará na opção por políticas que devolvam o poder de escolha aos cidadãos, que libertem famílias e empresas do sufoco fiscal e da burocracia asfixiante, e que criem enfim condições para reduzirmos dependências internas e externas, despesas estruturais e uma dívida sempre crescente.

A oportunidade da mudança de rumo está aí. Não pode ser perdida.

Escreve de acordo com a antiga ortografia

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