A obra-prima dos The Smiths
Título: 'The Queen is Dead'
Data de lançamento: 16 de junho de 1986
Produtor: Morrissey e Johnny Marr
Capa: Imagem do ator Alain Delon no filme 'L'Insoumis' (1964) de Alain Cavalier
Editora: Warner Music
The Queen is Dead é por muitos considerada a grande obra-prima dos Smiths e essa visão não poderia ser mais acertada. Não só porque o disco acabou por se revelar um dos trabalhos mais influentes para a pop britânica que se seguiu, mas porque nele todas as mais valias da banda são operadas no máximo das suas potencialidades.
As palavras confessionais de total desespero para com a existência humana nunca foram tão ricas e profundas como em temas como I Know It's Over ou Never Had No One Ever. Morrissey consegue ainda nestas duas canções específicas atingir o auge das suas valências interpretativas, íntimo na exposição emocional, ao mesmo tempo que faz do ouvinte uma parte integrante das suas confissões.
Neste disco encontramos também Johnny Marr no auge da sua excelência enquanto guitarrista e compositor de canções pop intemporais, seja a perfeição pop de There Is A Light That Never Goes Out (cuja sobreexposição não afectou a sua validade), ou o dedilhar de guitarra inconfundível de Bigmouth Strikes Again.
A agressividade para com o regime monárquico no tema título, o humor refinado de Frankly, Mr. Shankly ou o retrato social rispidamente crítico de Vicar in a Tutu são exemplos da excelência enquanto letrista que Morrissey atingiu neste terceiro álbum dos Smiths. Aliado a todas estas palavrás está uma inventividade pop que faz deste The Queen is Dead uma obra única.