A modernidade de um artista genial

TEMPOS MODERNOS Charles Chaplin
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É o filme em que ouvimos pela primeira vez a voz de Charlie Chaplin, na incompreensível letra de uma canção: perdeu a cábula e, por isso mesmo, deu um belo espetáculo.

Toda a sua carreira se fez no improviso muitíssimo bem planeado, nessa desordem altamente estruturada. Tempos Modernos, pela dimensão da abordagem, é um dos melhores exemplos do rigor e dinamismo de Chaplin, no coração mecânico da Revolução Industrial.

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Aí, dominado pelo automatismo da mímica operária, ele procura a dignidade que deve ser reservada ao homem, para lá de todas as suas invenções.

Entre o hospital, a prisão e a rua, o mais famoso dos vagabundos dá-nos o testemunho direto daqueles e, ao fim ao cabo, destes tempos de angustiante realidade social. Mas não é um testemunho neutro - há nele uma consciência crítica que, à época, incomodou algum público americano...

E o amor, cabe em Tempos Modernos? Paulette Goddard (casou com Chaplin logo depois) é a infeliz que cruza o seu caminho, à procura do sorriso roubado pela vida. A felicidade, essa ilumina-se no último plano.
Eis a reposição da temporada, no Cinema Ideal.

Classificação: *****

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