A memória num passeio com estrelas até à praia
O espetáculo parte do romance de Vergílio Ferreira Em Nome da Terra e consta numa peça ao ar livre, para que o público se deixe envolver numa experiência de sensações reais, partilhando vento, frio, estrelas no céu e luar com os próprios atores. A cenografia fica assim alargada a montes e vales da serra da Arrábida, para os lados de Palmela, onde o Bando tem o seu quartel-general e se propõe convidar o público para uma excursão até à praia, enquanto fala de velhice e de memórias. A estreia é esta sexta-feira, dia 1.
O tema impõe-se aos dias de hoje. O envelhecimento na sua condição social, a vivência da velhice perante uma sociedade "cada vez mais fechada, exclusiva e em que os cuidados e as possibilidades são só para alguns", refere o encenador Miguel Jesus, ressalvando que a abordagem em torno da memória vai para lá do saudosismo ou do simples olhar para o passado.
"Será antes uma memória que nos mantém vivos, em que todos os dias estamos a reinventar o nosso passado e a nossa própria história para podermos sobreviver", descreve, sendo que ao longo da peça, que fala de "amor e desintegração" - mas que também promete fazer rir -, os atores terão dificuldade de equilíbrio.