A delicada incerteza do futuro

<em>O Que Está Por Vir</em>, Mia Hansen Love
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O Que Está Por Vir marca o felicíssimo encontro entre a veterana Isabelle Huppert e a cineasta em descoberta Mia Hansen-Løve. O resultado é um trabalho repleto de maturidade, inteligência narrativa e transparência emocional.

Huppert, que interpreta uma professora de filosofia na meia-idade, cujo casamento de 25 anos chega ao fim por vontade do marido, é o grande íman do filme, numa altura da carreira da atriz francesa em que raros papéis - como este - nos fazem sentir a sua real pulsação artística.

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Tendo passado pelas mãos de Godard, Chabrol, Benoit Jacquot, Michael Haneke, entre outros, Huppert tem aqui uma das mais justas e magníficas (também pelo despojamento) evocações do seu talento, numa composição extraordinariamente natural, entre a mulher forte e a mulher frágil.

O Que Está Por Vir traduz-se nesse solitário combate interior, que surge da necessidade de repensar o futuro, entre a pura racionalidade e a angustiante constatação de que a liberdade inesperada não é sinónimo de felicidade. O simples dia a dia da protagonista é a magia progressiva deste apurado retrato feminino.

Classificação: ****

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