948 mortes e 24 322 casos em Portugal. Aumento de 1,2%

O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta terça-feira indica que existem 936 pessoas internadas em hospitais, menos 59 do que ontem.
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Foram registadas mais 20 vítimas mortais em Portugal, nas últimas 24 horas, e confirmados mais 295 novos casos de covid-19. É um aumento de 1,2 por cento no número de novos casos e um aumento de 2,2% no número de óbitos.

Os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgados esta terça-feira, 28 de abril, indicam que há no país um total de 24 322 infetados pelo novo coronavírus e 948 vítimas mortais.

São já 1389 os casos recuperados da doença - mais 32 do que ontem (1357) - e 3563 pessoas aguardam resultado laboratorial ao teste à covid-19.

Desde o início da pandemia, o total de casos suspeitos em Portugal é de 239065 e o total de casos não confirmados ascende a 211180.

Há ainda 29559 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Menos 59 doentes internados devido à doença

O boletim indica que existem 936 pessoas internadas em hospitais (menos 59 do que ontem) e destas 172 (menos quatro do que ontem) estão em Unidades de Cuidados Intensivos.

Das mortes registadas, 641 tinham mais de 80 anos, 187 tinham entre os 70 e os 79 anos, 83 entre os 60 e 69 anos, 27 entre 50 e 59, e dez entre os 40 e os 49.

Do total das pessoas infetadas, a grande maioria está a recuperar em casa, totalizando 21.049 (mais 302).

Os dados da DGS precisam que o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus (1.413), seguido por Vila Nova de Gaia (1.263), Porto (1.211), Braga (1.019), Matosinhos (1.017), Gondomar (966), Maia (826), Valongo (700), Sintra (568), Ovar (564), Guimarães (507) e Coimbra, com 401 casos.

Açores voltam a não registar novos casos de covid-19

Ainda de acordo com o boletim, a região Norte é a que regista o maior número de mortes (546), seguida da região Centro (194), de Lisboa e Vale do Tejo (185), do Algarve (12), dos Açores (10) e do Alentejo que regista um caso, adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de segunda-feira.

Os Açores voltaram hoje a não registar novos casos positivos de covid-19, pelo sexto dia consecutivo, mas as mortes subiram para 11, com o óbito de uma mulher de 78 anos, havendo ainda o registo de mais três recuperados.

Em comunicado, a Autoridade de Saúde Regional informa que "as 348 análises realizadas nos dois laboratórios de referência da Região", em São Miguel e na Terceira, "nas últimas 24 horas, não revelaram casos positivos de covid-19".

Há ainda a registar três novos casos de recuperação de infeção por SARS-CoV-2: dois homens, de 54 e 67 anos, e uma mulher de 21 anos de idade, todos residentes na ilha de São Miguel.

A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 50 aos 59 anos (4.100), seguida da faixa dos 40 aos 49 anos (4.091) e das pessoas com mais de 80 anos (3.802 casos).

Há ainda 3.380 doentes com idades entre 30 e 39 anos, 2.879 entre os 60 e 69 anos, 2.774 entre os 20 e os 29 anos e 2.174 com idades entre 70 e 79 anos.

A DGS regista ainda 399 casos de crianças até aos nove anos e 723 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.

Segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde, 171 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 137 de França e 88 do Reino Unido. Há ainda centenas de casos importados de dezenas de outros países.

De acordo com o boletim, 50% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 36% febre, 25% dores musculares, 23% cefaleia, 19% fraqueza generalizada e 15% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 85% dos casos confirmados.

Marcelo: "O Estado de Emergência cessa no dia 2 à meia noite"

"Terminada a segunda fase que corresponde ao mês de abril, até ao fim da vigência do Estado de Emergência passamos a uma terceira fase, de controlo de situação, com aquilo que é uma retoma ou uma abertura, por pequenos passos, ao mesmo tempo mantendo o controlo permanente da situação", disse o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, após reunião com o governo, líderes partidários e especialistas em saúde pública, ao final da manhã desta terça-feira.

"O estado de emergência cessa a sua vigência no dia 2 à meia-noite. Espera-se não recorrer ao Estado de Emergência. Se for necessário será ponderado", afirmou o Presidente da República.

O Presidente da República põe agora na mãos dos portugueses a evolução do contágio do covid-19.

Porém está em cima a hipótese de o estado de emergência voltar a ser decretado, por exemplo no inverno deste ano (o PR falou mesmo em "final do ano, princípio do próximo").

Segundo acrescentou, a decisão aliás de não prolongar mais o estado de emergência - em vigor desde 18 de março - ocorre porque prolongá-lo "meses a fio" "convidava ao desrespeito" e tornaria impossível a sua reedição.

Portugal fez mais de 370 mil testes desde 1 de março

Portugal realizou 370 mil testes à covid-19 desde 1 de março, sendo que a semana de 20 a 26 de abril teve uma média de 13.240 testes por dia, disse hoje o secretário de Estado da Saúde.

António Lacerda Sales falava na conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia em Portugal, ao lado do subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, e dedicou parte da sua intervenção inicial a números sobre testes e taxas, lembrando que os primeiros casos da doença covid-19 foram detetados em Portugal a 2 de março.

"Já antes estávamos a preparar-nos para a pandemia (...). E continuaremos empenhados neste caminho", disse António Lacerda Sales.

O governante especificou, ainda, que a taxa de letalidade global é de 3,9%, enquanto a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 13,9%.

Já no que diz respeito a pessoas em tratamento domiciliário, este valor corresponde a 86,5%, enquanto em internamento é de 3,8%, sendo 0,7% em unidade de cuidados intensivos 3,1% em enfermaria.

Regras para o regresso às escolas ainda estão a ser estudadas

Questionada sobre as condições em que decorrerá o regresso às aulas presenciais, a diretora-geral da Saúde adiantou, na segunda-feira, que as medidas gerais estão a ser ponderadas entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, ressalvando que alguns casos deverão ser avaliados individualmente.

"Há um conjunto de regras que vão ser aplicadas e também vão ser estudadas situações específicas. Obviamente que uma das situações específicas, que terá de ser vista praticamente caso a caso, é a questão dos docentes e destes os que possam ser mais vulneráveis", disse Graça Freitas durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia em Portugal.

A questão também foi levantada pelos diretores escolares, que enviaram uma carta ao Ministério da Educação alertando para a necessidade de o Governo e a DGS darem indicações práticas de como devem organizar a reabertura das escolas.

OMS: "A pandemia está longe de acabar"

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) agradeceu o contributo de Portugal, também da China e do Vietname, pelos esforços recentes no combate ao novo coronavírus. Também avisou: "A pandemia está longe de acabar"

Tedros Ghebreyesus disse ainda o mundo devia ter ouvido melhor a OMS quando foi declarada emergência global de saúde em janeiro passado, frisando que os países que seguiram as orientações da organização estão melhor do que os que as ignoraram.

"O mundo devia ter ouvido com atenção nessa altura, quando só havia 82 casos e nenhuma morte fora da China. Todos os países podiam ter desencadeado todas as medidas de saúde pública possíveis. E isso basta para atestar a importância de ouvir os conselhos da OMS", declarou.

"Não temos mandato para obrigar os países a aplicar o que aconselhamos", reconheceu, frisando que "cada país assume as suas próprias responsabilidades".

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 1 a 3 de maio.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre superior a 38º, tosse persistente, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pedem que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.

A pandemia de covid-19 já infetou em todo o mundo mais de três milhões de pessoas e provocou mais de 211 mil mortos.

Mais de 832 mil doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, na cidade chinesa de Wuhan.

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