92% dos trabalhadores do Infarmed não querem mudar para o Porto

Em comunicado divulgado esta noite, os trabalhadores do Infarmed revelam que o ministro da Saúde se comprometeu a não tomar uma "decisão definitiva" contra a sua "vontade"
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Um inquérito realizado aos trabalhadores do Infarmed indica que 92% não está disponível para se mudar de Lisboa para o Porto, cidade que o governo anunciou como nova sede em 2019. Reunidos em plenário, na tarde desta quarta-feira, 97% dos trabalhadores disseram não concordar com a transferência e identificaram cinco riscos para a atividade da autoridade nacional do medicamento, caso a mudança se concretize: perda de quadros altamente experientes, dificuldades de coordenação e articulação, perda de influência no contexto europeu, perda de competitividade e perda de reconhecimento internacional.

Num comunicado divulgado ao início da noite, a Comissão de Trabalhadores do Infarmed lembra que "ao contrário do que foi publicamente referido sobre a maturidade desta intenção política, o Plano estratégico do INFARMED para 2017-2019, homologado em 29 setembro de 2017 pelo Senhor Ministro da Saúde, não prevê qualquer transferência".

Esta tarde, recorde-se, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, tinha declarado que " a decisão em si, o estudo, a ponderação e a reflexão" sobre esta mudança "estão feitas há algum tempo".

A Comissão de Trabalhadores esteve reunida durante a tarde com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes e revela que o governante está sensível aos argumentos dos funcionários. "Dado que 97% dos trabalhadores não concordam com a eventual transferência, esperamos que o Senhor Ministro da Saúde seja consequente com o compromisso assumido na reunião de que não será tomada nenhuma decisão definitiva que ponha em causa a missão do INFARMED e o respeito pela vontade manifestada pelos seus trabalhadores", é escrito no comunicado.

O inquérito foi realizado no plenário e participaram 321 trabalhadores (92% do total de colaboradores).

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