1. Passear De Marvila ao Parque das Nações Junto ao Tejo Domingo, 3 de outubro Muitas das minhas escolhas para esta semana são relacionadas com o meu ambiente e com o que me rodeia no meu dia-a-dia. Trabalho em Marvila há cinco anos e desde há três anos e meio que também vivo por esta zona de Lisboa. E sempre que posso, a pensar, a escrever ou a anotar ideias no telemóvel ou apenas a ouvir música, costumo percorrer, a andar ou a correr, o paredão junto ao rio Tejo que vai de Marvila ao Parque das Nações. É um passeio que se faz bem, é inspirador e para mim um momento de grande paz. Aconselho..2. Beber Cerveja, comida e música Rua do Açúcar. 83 Marvila Segunda, 4 de outubro.Sugiro a Fábrica da Musa, também em Marvila. É um sítio que mistura a cerveja artesanal e a música (e também a comida) e foi um espaço que nunca baixou os braços durante a pandemia. Com a forte ligação que tem à música tentou sempre arranjar espaço para promover música, trazer DJ, bandas, e aliar a restauração à musica - dois setores que sofreram bastante ao longo das quarentenas. Para mim tem sido um pólo muito importante e do qual vivo perto. Para além de ser um bom sítio para estar, é de salientar também esse lado de resistência que é muito importante..3. Ler De Estrela Carvas e Maria Inês Almeida pela Editora Guerra e Paz Terça, 5 de outubro.Há uns anos li o livro Os Meus 30 Anos com Amália. Até o ler não sabia nada sobre a autora, a Estrela Carvas, que trabalhava em casa de Amália Rodrigues. E tenho uma história bonita com esse livro. Nunca tinha ido à Casa da Amália, a Rua de São Bento, em Lisboa, e mal acabei o livro decidi lá ir. Estacionei o carro e quando bati à porta atendeu-me a Estrela. E como não havia ninguém para fazer a visita - eu não sabia que ela ainda trabalhava lá - fiz a visita só com ela e tive a oportunidade de lhe fazer muitas perguntas. São daqueles momentos de sincronicidade da vida e que guardamos como se tivesse sido sonhado, mas não, aconteceu mesmo. Li o livro e depois tive a possibilidade de estar em privado a conversar com a autora..4. Comer O Velho Eurico Largo de São Cristóvão, 3 e 4 Lisboa Quarta, 6 de outubro.Sugiro o meu restaurante de eleição: O Velho Eurico. É de uns amigos e é onde se come bem, a um bom preço e é muito confortável. É como se estivéssemos em casa. Um ambiente muito bom, como se fôssemos todos amigos mesmo não conhecendo as pessoas da mesa do lado. É o espaço certo para ir comer bem e descontraidamente a qualquer dia da semana..5.Festival Branko, Jorge Palma, Ana Moura, Pedro Mafama, entre outros. Matinha, Lisboa Quinta, 7 de outubro (até 10).Neste ano o festival acontece em Marvila, na Matinha. É um festival que, na minha perspetiva, é muito fiel ao que está a acontecer na música em Lisboa. E é também um festival do qual guardo memórias muito boas das edições anteriores. Neste ano o cartaz é dos melhores que já vi. Desde a Nenny ao Branko, do Jorge Palma à Ana Moura e ao Pedro Mafama, tanta gente que eu sigo e de quem gosto muito. Tenho uma memória muito especial do Iminente porque cheguei a tocar no festival há anos com a minha banda na altura, os Beautify Junkyards. E no ano seguinte vi um concerto da Gisela João que me marcou muito. Do fado à eletrónica, à música portuguesa ou urbana, este festival tem de tudo um pouco..6.Série Martin Scorsese e Fran Lebowitz Netflix Sexta, 8 de outubro.É uma série/documentário em que a Fran Lebowitz fala da sua geração em Nova Iorque e como foi viver naquela cidade nos anos 1970 e 1980. Vale muito a pena. Entre os seus amigos da altura contam-se nomes como Andy Warhol ou Mick Jagger. São episódios onde ela, com o seu sarcasmo e naturalidade, descreve os cenários em que viveu numa normalidade que para nós é já algo longínquo. Mas também é interessante como ela vive o presente. E continua, ainda hoje, sem ter redes sociais nem telemóvel. Gosto muito dessa ideia. Não sou a pessoa mais ativa nas redes sociais. Não por resistência de nada é mesmo por feitio. Mas gosto de encontrar pessoas que falem sobre aquilo que hoje é considerado o silêncio nas redes, e que na minha perspetiva é o contrário disso mesmo..7. Filme José e Pilar Realizado por Miguel Gonçalves Mendes Sábado, 9 de outubro.Pelo lado romântico, mas também pelo lado realista do romance. Para além de retratar muito a vida de José Saramago, o filme está mais focado no lado amoroso. Gosto muito daquela história e do quão não embelezada é toda a situação. E o quão simples é gostarem um do outro. E como tudo o resto não importa. Parece que estamos perto deles. É uma realidade muito bonita e muito honesta. Gosto daquela história..As escolhas e sugestões de Rita Vian, artista.
1. Passear De Marvila ao Parque das Nações Junto ao Tejo Domingo, 3 de outubro Muitas das minhas escolhas para esta semana são relacionadas com o meu ambiente e com o que me rodeia no meu dia-a-dia. Trabalho em Marvila há cinco anos e desde há três anos e meio que também vivo por esta zona de Lisboa. E sempre que posso, a pensar, a escrever ou a anotar ideias no telemóvel ou apenas a ouvir música, costumo percorrer, a andar ou a correr, o paredão junto ao rio Tejo que vai de Marvila ao Parque das Nações. É um passeio que se faz bem, é inspirador e para mim um momento de grande paz. Aconselho..2. Beber Cerveja, comida e música Rua do Açúcar. 83 Marvila Segunda, 4 de outubro.Sugiro a Fábrica da Musa, também em Marvila. É um sítio que mistura a cerveja artesanal e a música (e também a comida) e foi um espaço que nunca baixou os braços durante a pandemia. Com a forte ligação que tem à música tentou sempre arranjar espaço para promover música, trazer DJ, bandas, e aliar a restauração à musica - dois setores que sofreram bastante ao longo das quarentenas. Para mim tem sido um pólo muito importante e do qual vivo perto. Para além de ser um bom sítio para estar, é de salientar também esse lado de resistência que é muito importante..3. Ler De Estrela Carvas e Maria Inês Almeida pela Editora Guerra e Paz Terça, 5 de outubro.Há uns anos li o livro Os Meus 30 Anos com Amália. Até o ler não sabia nada sobre a autora, a Estrela Carvas, que trabalhava em casa de Amália Rodrigues. E tenho uma história bonita com esse livro. Nunca tinha ido à Casa da Amália, a Rua de São Bento, em Lisboa, e mal acabei o livro decidi lá ir. Estacionei o carro e quando bati à porta atendeu-me a Estrela. E como não havia ninguém para fazer a visita - eu não sabia que ela ainda trabalhava lá - fiz a visita só com ela e tive a oportunidade de lhe fazer muitas perguntas. São daqueles momentos de sincronicidade da vida e que guardamos como se tivesse sido sonhado, mas não, aconteceu mesmo. Li o livro e depois tive a possibilidade de estar em privado a conversar com a autora..4. Comer O Velho Eurico Largo de São Cristóvão, 3 e 4 Lisboa Quarta, 6 de outubro.Sugiro o meu restaurante de eleição: O Velho Eurico. É de uns amigos e é onde se come bem, a um bom preço e é muito confortável. É como se estivéssemos em casa. Um ambiente muito bom, como se fôssemos todos amigos mesmo não conhecendo as pessoas da mesa do lado. É o espaço certo para ir comer bem e descontraidamente a qualquer dia da semana..5.Festival Branko, Jorge Palma, Ana Moura, Pedro Mafama, entre outros. Matinha, Lisboa Quinta, 7 de outubro (até 10).Neste ano o festival acontece em Marvila, na Matinha. É um festival que, na minha perspetiva, é muito fiel ao que está a acontecer na música em Lisboa. E é também um festival do qual guardo memórias muito boas das edições anteriores. Neste ano o cartaz é dos melhores que já vi. Desde a Nenny ao Branko, do Jorge Palma à Ana Moura e ao Pedro Mafama, tanta gente que eu sigo e de quem gosto muito. Tenho uma memória muito especial do Iminente porque cheguei a tocar no festival há anos com a minha banda na altura, os Beautify Junkyards. E no ano seguinte vi um concerto da Gisela João que me marcou muito. Do fado à eletrónica, à música portuguesa ou urbana, este festival tem de tudo um pouco..6.Série Martin Scorsese e Fran Lebowitz Netflix Sexta, 8 de outubro.É uma série/documentário em que a Fran Lebowitz fala da sua geração em Nova Iorque e como foi viver naquela cidade nos anos 1970 e 1980. Vale muito a pena. Entre os seus amigos da altura contam-se nomes como Andy Warhol ou Mick Jagger. São episódios onde ela, com o seu sarcasmo e naturalidade, descreve os cenários em que viveu numa normalidade que para nós é já algo longínquo. Mas também é interessante como ela vive o presente. E continua, ainda hoje, sem ter redes sociais nem telemóvel. Gosto muito dessa ideia. Não sou a pessoa mais ativa nas redes sociais. Não por resistência de nada é mesmo por feitio. Mas gosto de encontrar pessoas que falem sobre aquilo que hoje é considerado o silêncio nas redes, e que na minha perspetiva é o contrário disso mesmo..7. Filme José e Pilar Realizado por Miguel Gonçalves Mendes Sábado, 9 de outubro.Pelo lado romântico, mas também pelo lado realista do romance. Para além de retratar muito a vida de José Saramago, o filme está mais focado no lado amoroso. Gosto muito daquela história e do quão não embelezada é toda a situação. E o quão simples é gostarem um do outro. E como tudo o resto não importa. Parece que estamos perto deles. É uma realidade muito bonita e muito honesta. Gosto daquela história..As escolhas e sugestões de Rita Vian, artista.