45,1 graus. França bate recorde de calor numa Europa entre fogos e mortes
44,1 graus. Era este o recorde de temperatura em França que esta sexta-feira foi batido. Os termómetros chegaram aos 45,1 graus em Villevieille, no Sul do país. O país é um dos mais atingidos por uma vaga de calor que está a afetar toda a Europa Ocidental, exceção feita para Portugal.
A vaga de calor de 2003, quando se registaram os tais 44,1 graus, causou milhares de mortos em França. Desta vez, e ao quinto dia de calor extremo as temperaturas já ultrapassaram os 40 graus e o serviço de meteorologia francês colocou em alerta vermelho quatro zonas no sul do país: Gard, Vaucluse, Hérault e Bouches-du-Rhône. Em algumas delas já se esperava que os termómetros chegassem aos 45 graus.
"45,1 graus em Villevieille às 15:00, primeira vez que os 45 graus são ultrapassados em França", escreveu no Twitter o meteorologista Etienne Kapikian, horas depois de Carpentras, no Vaucluse, ter batido o recorde de 2003 ao chegar aos 44,3 graus durante a manhã.
Nas zonas mais atingidas, mais de 4000 escolas encerraram e Etienne Baudu, presidente da Câmara de Carpentras, onde a temperatura ultrapassou os 43 graus sendo a primeira a bater o recorde de 2003, explicou estarem a acompanhar as pessoas mais vulneráveis. O resto do país está em alerta laranja devido ao calor. E as autoridades já começaram a restringir o acesso à água.
Mas a vaga de calor está a causar distúrbios em vários países. Nas Alemanha, em cidades como Löhne e Bad Oeynhausen, a água está a ser racionada. Quem desperdiçar água sem ser por motivos "vitais" terá de pagar uma multa de 1000 euros.
Em Espanha, os bombeiros catalães continuam a combater um violento incêndio. "É preciso recuar 20 anos para nos lembrarmos de um fogo assim", explicou o chefe dos bombeiros, Antonio Ramos.
Foi também em Espanha, mas em Córdova, na Andaluzia, que um jovem de 17 anos morreu esta sexta-feira, devido a um golpe de calor que sofreu quando estava a trabalhar no campo, revelou a autoridade nacional de saúde de Andaluzia. O rapaz começou a sentir-se mal e entrou numa piscina para se refrescar e ao sair começou a ter convulsões.
Residente na província de Castro del Rio, o jovem deu ainda entrada no Hospital Sofia de Córdoba às 12.00 de quinta-feira (11.00 de Lisboa) e acabou por morrer esta madrugada às 1.25 (00.25 de Lisboa), após ter sido submetido a uma cirurgia.
A segunda vítima mortal foi um homem de 93 anos, que desmaiou na noite de quinta-feira no centro de Valladolid, acabando por morrer "por causa de insolação", indicou a polícia local à France-Presse.
Na quinta-feira, um homem de 45 anos foi internado no Hospital de Múrcia também devido ao calor, encontrando-se em estado grave.
A onda de calor que está afetar vários países da Europa tem provocado incêndios, encerramento de escolas, aumento da poluição e algumas mortes por choque térmico. Como em Milão, onde um sem-abrigo de 72 anos foi encontrado morto perto da estação central de comboios, vítima do calor. Em França, a morte de três pessoas nas praias do sul foi associada a choque térmico.
Na Grécia, as autoridades estão em alerta máximo devido ao risco de incêndio, um ano depois do fogo de Matu ter feito uma centena de mortos.