40 fantasportos com filmes portugueses inéditos e homenagem a Julian Richards
É a 40ª edição do mítico Festival Internacional de Cinema do Porto, daí que o Fantas avance com um programa de celebração da data redonda que contará com a presença de vários realizadores, produtores e atores dos filmes que vão estar em exibição e competição. Para que esta edição não passe despercebida, Mário Dorminsky, um dos fundadores do festival até faz um apelo: "Em Portugal tratamos os nossos produtos da pior maneira possível! Não ligamos às coisas, não damos força, nem divulgamos os projetos de uma forma significativa. Se formos a Espanha ou a França, eles promovem os atores, realizadores e espetáculos, cá não. É preciso mudar".
O Fantasporto vai decorrer a partir do dia 25 e estende-se até 8 de março e já tem nomes fundamentais para o cinema, como é o caso do principal homenageado: o realizador galês Julian Richards. Que receberá o Prémio Carreira por ser, revela a organização, "um dos maiores distribuidores de cinema fantástico do mundo" e uma "pessoa de grande empenho na divulgação" desse género. Serão exibidos vários filmes da sua autoria e da sua companhia, Jinga Films.
A sessão de abertura fica a cargo da antestreia mundial de Adverse, do realizador 'repetente' no festival Brian Metcalf, que conta com a participação do ator Mickey Rourke. A programação não se fica por aqui e os visitantes podem contar com um número impressionante de sessões: 177. Sessões que a diretora do festival, Beatriz Pacheco Pereira, diz começarem por três clássicos: "Blade Runner - Perigo Iminente, de Ridley Scott, que se estreou connosco em 1982, o Drácula de Bram Stocker, de Francis Ford Coppola, do qual fizemos uma apresentação surpresa em 1983, e também o Touro Enraivecido, um dos melhores filmes de Martin Scorsese, obra que faz 40 anos".
No que toca ao panorama nacional, o festival apresenta este ano duas competições: o Prémio Cinema Português para Melhor Filme e para Melhor Escola, sendo que os da primeira resultam de uma seleção da organização e os da segunda foram escolha das próprias academias. Estes dois prémios, adianta Beatriz Pacheco Pereira, que sofreram uma fusão: "Este ano, todos os filmes portugueses são inéditos e ainda pedimos às escolas para apresentarem um candidato para o prémio de melhor filme. Há 38 filmes a concorrerem ao melhor filme português - duas longas-metragens e o restante são curtas de várias escolas e universidades".
Além das duas longas-metragens portuguesas, Por Detrás da Moeda, de Luís Moya - um documentário sobre os músicos de rua da cidade portuense - e, Os Conselhos da Noite, de José Oliveira - um drama que acompanha um ex-jornalista que regressa à sua terra natal, Braga, depois de descobrir que tem cancro, com o músico Adolfo Luxúria Canibal no elenco. O Fantasporto vai apresentar ainda um documentário com cerca de duas horas sobre os 40 anos do festival, realizado por Isabel Pina, que se estreia no dia 6 de março e que se mantém em exibição no dia seguinte.
Pelo terceiro ano consecutivo, o festival portuense mantém a sua dedicação ao cinema de Taiwan com a mostra The Wheel of Fortune, numa viagem entre longas e curtas-metragens bem como filmes clássicos e recentes a partir de dia 29. A organização destacou ainda alguns filmes como: Cry of the Sky, do Curdistão, realizado pelo iraquiano Shahram Qadir, Una Chica Invisible, do argentino Francisco Bendomir, Koko-Di Koko-Da, produção sueca e dinamarquesa, de Johannes Nyholm, Detention, do taiwanês John Hsu, ou Willow, uma coprodução da República da Macedónia, Húngria e Bélgica, de Milcho Machevski.
Teatro Rivoli, Porto
Entre 25 de fevereiro e 08 de março