32 anos após a morte de Carlos Paião, as suas canções não passam de moda
A 26 de agosto de 1988 Portugal viu desaparecer um dos nomes mais marcantes da pop nacional. Carlos Paião, o médico que preferiu ser músico, morreu num violento acidente de automóvel na Estrada Nacional 1, perto de Rio Maior. Ao que tudo indica, dirigia-se para um concerto em Penalva do Castelo. Na altura, era já um dos mais populares intérpretes e compositores nacionais.
Nascido em Coimbra, a 1 de novembro de 1957, Paião licenciou-se em Medicina na Universidade de Lisboa, mas o gosto (e o talento) para a composição musical, e em particular para as letras, levaram-no a ponderar dedicar-se exclusivamente à música. Algo que veio a realizar-se muito rapidamente.
O primeiro grande impulso para a fama surgiu em 1981, ao vencer o Festival RTP da Canção. Playback não foi particularmente bem recebida na Europa - 18.º lugar no Eurofestival realizado no Reino Unido - mas ficou "no ouvido" de centenas de milhares de portugueses, que ainda hoje a trauteiam de cor. E que voltou agora ao pequeno ecrã... Mas já lá voltamos.
Esta era, aliás, uma das principais características das músicas criadas por Carlos Paião: fazia músicas "orelhudas". Poemas de métrica bem acertada com a melodia, em estilos que iam da pop ligeira ao fado, com temas que variavam do romântico (Cinderela, Pó-de-Arroz, Discoteca...) ao bem humorado (Ga-gago, Zero a Zero, além do referido Playback). E até pôs Amália a falar de ficção científica (Senhor Extraterrestre).
O legado de Paião perdura assim no imaginário nacional. Poucos são os portugueses que não conhecem pelo menos alguns versos que ele escreveu. E menos ainda os que dificilmente não esboçam um sorriso ao ouvir os acordes das suas músicas mais conhecidas.
De tal forma que, ainda há pouco tempo, o Automóvel Club de Portugal utilizou uma das suas canções mais conhecidas para, com uma nova letra, promover os seus serviços de seguros.
Mas não há como o original, por isso aqui ficam alguns dos seus temas mais conhecidos, presença inevitável nos vários best-of e discos de homenagem que já foram lançados.
(Partes deste texto foram publicadas a 26 de agosto de 2018, por ocasião do 30.º aniversário da morte do cantor.)