1.ª Marcha das Galdérias contra rótulos de provocações

Pelo direito a que uma mulher possa ser ela própria sem que seja rotulada de provocadora, realiza-se no sábado a primeira Marcha das Galdérias do Porto, que pretende repudiar a violência de género, disse hoje uma organizadora.
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O percurso, com começo marcado para as 22:30, vai da Cordoaria até à Praça dos Poveiros, passando pelas Galerias de Paris e pela Avenida dos Aliados, e tem como objectivo, segundo comunicado enviado hoje, demonstrar indignação "contra a culpabilização que as mulheres continuam a sofrer enquanto vítimas de agressão sexual e contra a desresponsabilização do agressor". "À semelhança de outras marchas já realizadas, a começar pela de Toronto que deu início ao fenómeno global denominado por 'SlutWalk' depois de um polícia ter dito que as mulheres deviam evitar vestir-se como "galdérias" para não serem vítimas de ataques sexuais, o propósito é apelar à "consciência social e ao direito à autodeterminação sexual", o que se traduz, na prática, pela "liberdade de poder sair à noite no Porto sem ser chateada", disse à Lusa Carmo Pereira, parte do grupo organizador.

"Que possa ser eu sem ser uma provocadora. Que possa ter o meu discurso sobre o meu corpo sem ser ao serviço de mais ninguém, que não de mim própria. E acho que é preciso consciencializar as pessoas disso", explicou Carmo Pereira, apelando a que as pessoas participem na marcha, com a denominação que entenderem. A organização do evento passou, em grande parte, pelo grupo social Facebook, onde o grupo respeitante à 'SlutWalk' portuense contava, às 16:30 de hoje, com 190 membros e que permitiu a reunião de "dezenas de pessoas com práticas e identidades sexuais, atividades profissionais e origens culturais, sociais e geográficas diversas, vinculadas a este objectivo comum", segundo o comunicado do evento.

Tal como as restantes marchas deste cariz, "a marcha portuense centra-se na denúncia da violência de género e no combate ao discurso machista que objetifica o corpo das mulheres como uma provocação que justifica a agressão". Este é um protesto, refere a página do evento, "contra a ideia de que, quando as mulheres dizem sim, querem dizer sim e quando dizem não, querem dizer sim na mesma". No sábado, várias outras marchas terão lugar, um pouco por todo o mundo, de Berlim a Washington, depois de, em Junho, já se ter realizado uma iniciativa deste género em Lisboa.

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