Fátima em direto da sala de situação da PJ

A Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ está ao comando da sala de situação, ativada desde quinta-feira. É a primeira vez que, em plena operação, está presente uma equipa de comunicação social, um exclusivo DN
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É o diretor da Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) que nos recebe e encaminha pelos corredores brancos e despidos da nova sede da Polícia Judiciária (PJ). Não está sorridente e segue à nossa frente, em passos firmes e rápidos, pelos corredores brancos da nova sede da PJ. Luís Neves é quem está a comandar a sala de situação da PJ para a operação de segurança da visita do Papa Francisco e tem que estar concentrado em várias frentes: operacionais no terreno, informações internacionais da Europol e Interpol, comunicações da investigação criminal e pedidos das outras forças e serviços de segurança. A sala está ativada 24horas por dia desde a passada quinta-feira.

Tendo em conta o leque de cenários de possíveis ameaças que foram identificadas para a vista do Papa Francisco, como terrorismo à cabeça, é a UNCT a unidade com mais experiência e conhecimentos para uma operação desta dimensão. Por isso as posições na sala de situação estão ocupadas por elementos da UNCT. Têm o apoio das unidades de vigilância e comunicações. Em Fátima estão igualmente operacionais desta unidade especializada em terrorismo, e crime organizado, mas também equipas do LPC (Laboratório da Polícia Científica). No centro de comando das operações no santuário está a diretoria de Coimbra e a de Leiria.

É a primeira vez que, em plena ação operacional, uma equipa da comunicação social entra nesta área restrita da PJ, no piso subterrâneo do edifício e onde só se acede com um cartão magnético especial e controlo biométrico das impressões digitais. É mesmo como nos filmes. Uma parede forrada de écrans, dois gigantes, nove mais pequenos (quatro com os canais informativos das televisões) levam-nos para alguns pontos da operação em Fátima. A partir da sala de situação é possível ver as imagens de qualquer das câmaras de videovigilância que estão no terreno. São essas que vão sendo ampliadas num dos écrans maiores. No outro está uma imagem de satélite do santuário onde está marcada a posição das várias equipas que a PJ tem no terreno. Um dos inspetores presentes faz a ligação para uma delas, equipada com uma câmara móvel, cuja imagem é imediatamente projetada. Está no meio dos peregrinos com a basílica em fundo."Olhem para isto! Grande filme. Melhor que nas TV"s. Vê lá se vês algum carteirista!", brinca daqui outro dos inspetores da UNCT, quebrando um pouco a sobriedade do clima.

Cada computador está ligado a pontos de contacto nacionais e internacionais que, a qualquer momento, podem ser projetados nas imagens. Um é da cooperação internacional, a Europol e a Interpol. Sempre que alguma força de segurança precisa de informação sobre alguém estrangeiro, por exemplo, a PJ faz de imediato a ligação. As capacidades tecnológicas são imensas. Numa operação é até possível acompanhar em direto buscas e ouvir em tempo real as escutas das conversas dos suspeitos. Foram os mais rápidos 50 minutos do mundo os que estivemos na sala de situação.

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