"É reaprender tudo outra vez". António Cordeiro tem doença grave e incurável

O ator, de 59 anos, sofre de uma doença grave e sem cura, que condiciona progressivamente a fala e os movimentos
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"É reaprender tudo de novo outra vez: como é que devo andar, como é que me devo sentar, como é que devo falar...". Palavras do ator António Cordeiro no programa "Alta Definição", da SIC, emitido este sábado.

Num "testemunho íntimo e brutal", como o classificou Daniel Oliveira, o ator contou como é viver com paralisia supranuclear progressiva, "uma doença grave e incurável, que lhe vai condicionando progressivamente a fala e os movimentos".

"É uma daquelas entrevistas que nos marcam durante muito tempo. Um homem lúcido, preso dentro do seu próprio corpo, depois de lhe ter sido diagnosticada uma doença para a qual não se conhece cura. Que testemunho e que força de viver do ator António Cordeiro", escreveu o apresentador no Facebook momentos antes de o programa ser emitido.

Na entrevista à SIC, o ator de 59 anos, explicou que esta é uma doença que tem algumas semelhanças com a doença de Parkinson, e que o obriga a reaprender a fazer tudo. "Quero viver cada momento. Estou a viver este momento como se fosse o momento mais importante da minha vida. E é", afirmou.

De acordo com a Orphanet (portal para doenças raras e medicamentos órfãos), a paralisia supranuclear progressiva (PSP), também conhecida como síndrome de Richardson, "é uma doença neurodegenerativa rara de início tardio caracterizada por instabilidade postural, rigidez progressiva, paralisia supranuclear do olhar e demência ligeira".

Segundo a mesma fonte, a PSP afeta uma em cada 16 600 pessoas, e geralmente manifesta-se entre os 60 e os 70 anos, com "com instabilidade postural e quedas, diminuição dos movimentos oculares sacádicos verticais e lentificação cognitiva".

Com o passar do tempo, os doentes tendem a desenvolver "outras anomalias oculares (olhos secos e vermelhos, visão turva, encerramento palpebral involuntário espontâneo, fotofobia), uma síndrome cognitiva disexecutiva com impulsividade, problemas de fala (fala lenta) e paralisia supranuclear do olhar e dificuldades em engolir".

Atualmente, não existe cura para a doença, mas existem fármacos que podem "melhorar o congelamento da marcha" e as alterações da voz e da fala.

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