DGS recomenda dose adicional de vacina a pessoas com imunossupressão
A Direção-Geral da Saúde (DGS) passou a recomendar a administração de uma dose adicional de uma vacina contra a covid-19 para as pessoas com mais de 16 anos e em condições de imunossupressão, anunciou em nota enviada às redações.
A norma atualizada esta quarta-feira "prevê a administração de uma dose de vacina de mRNA com um intervalo mínimo de 3 meses, após a última dose do esquema vacinal anteriormente realizado".
Esta recomendação, indica a DGS, "tem como objetivo salvaguardar a eficácia das vacinas em pessoas com imunossupressão que possam não ter alcançado o nível de proteção adequado".
A nota esclarece que "as pessoas elegíveis são as que poderão ter sido vacinadas durante um período de imunossupressão grave, nomeadamente as que realizaram transplantes de órgãos sólidos, pessoas com infeção VIH com contagem de linfócitos T-CD4+ <200/µL, doentes oncológicos e pessoas com algumas doenças autoimunes que tenham efetuado tratamentos referidos na Norma".
Ainda assim, "a vacinação de pessoas com imunossupressão deve ser efetuada sob orientação e prescrição do médico assistente".
A DGS sublinha que esta recomendação "está alinhada com a evidência científica mais recente e poderá ser ajustada em função da evolução do conhecimento".
De acordo com Graça Freitas em declarações à Lusa, a partir desta quarta-feira, os médicos assistentes poderão fazer esta prescrição, "como já fazem para outras patologias e como já fizeram no passado e as pessoas serão vacinadas" nos centros de saúde.
Segundo a diretora-geral da Saúde, os "centros de saúde terão capacidade de as vacinar", uma vez que este processo "será exatamente como já aconteceu nas outras fases" com a vacinação das pessoas com insuficiência cardíaca, respiratória e renal e doentes graves que foram considerados prioritários.
"Serão certamente menos de 100 mil pessoas" que estarão em condições de receber esta dose adicional das vacinas de mRNA da Pfizer e da Moderna, adiantou ainda a diretora-geral da Saúde.
"Isto não é um reforço. É uma dose adicional de vacina, porque pode ter acontecido que, na altura em que estas pessoas foram vacinadas, não estivessem com o seu sistema imunitário com capacidade de reagir à vacina", explicou.
Questionada sobre a possibilidade de uma dose de reforço para os idosos, Graça Freitas referiu que a indústria farmacêutica ainda não submeteu o respetivo processo de autorização à Agência Europeia do Medicamento (EMA).
"Quando eu digo que está a ser avaliado é no sentido de ser estudado. Não quer dizer que seja para ser administrado já, até porque temos o cuidado de perceber o que é que os próprios reguladores internacionais (EMA) e nacional (Infarmed) nos indicam neste processo", assegurou.
De acordo com Graça Freitas, a DGS está, assim, na fase de compilar informação e de analisar em continuo a evidência científica disponível pelos vários países sobre este assunto, aguardando as indicações da EMA e do Infarmed.