Assessor do ex-presidente chinês condenado a prisão perpétua por corrupção

Os casos de corrupção envolvendo altos quadros do PCC expulsos do partido resultam invariavelmente em pesadas penas de prisão
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O braço direito do antigo Presidente da China Hu Jintao foi condenado a prisão perpétua por corrupção, obtenção ilegal de segredos de Estado e abuso de poder, anunciou hoje a televisão estatal chinesa CCTV.

Ling Jihua, de 59 anos, decidiu não recorrer da sentença, acrescenta a agência de notícias oficial Xinhua.

O assessor de Hu Jintao era uma figura proeminente da política chinesa até ter sido expulso do Partido Comunista Chinês (PCC), acusado de "grave violação da disciplina" e de ter "trocado poder por sexo".

Ling Jihua caiu em desgraça quando o seu filho morreu ao volante de um Ferrari, em março de 2012, num episódio que abalou a liderança chinesa e coincidiu com o período de transição na cúpula do poder na China.

Quase quatro anos depois daquele acidente, muitos pormenores continuam a ser segredo de Estado.

As acusações contra Ling são "extremamente sérias", referiu a 13 de maio a Procuradoria-Geral da China, num comunicado.

"Abusou do seu poder" enquanto diretor do Departamento Geral do Comité Central do Partido Comunista Chinês, em que trabalhou sob as ordens de Hu Jintao, "para receber uma larga quantia em propriedades e obter segredos de Estado", segundo a mesma nota.

Os casos de corrupção envolvendo altos quadros do PCC expulsos do partido resultam invariavelmente em pesadas penas de prisão.

O caso mais mediático atingiu Zhou Yongkang, o ex-chefe da Segurança da China, condenado à prisão perpétua no ano passado, tornando-se o mais alto líder chinês preso condenado por corrupção desde a fundação da Republica Popular da China, em 1949.

A campanha anticorrupção lançada pelo atual Presidente chinês, Xi Jinping, que sucedeu a Hu Jintao, em novembro de 2012, já resultou na prisão de mais de 130 quadros com a categoria de vice-ministro ou superior.

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