O presidente do Governo da Madeira e líder do PSD regional, Miguel Albuquerque, disse hoje que vai participar na audiência com o Presidente da República, quando forem convocados os partidos representados na Assembleia Legislativa, e também no Conselho de Estado.."Sim, a minha ideia é ir às duas reuniões", declarou..Miguel Albuquerque explicou, contudo, não ter recebido ainda qualquer indicação da Presidência da República sobre as audiências aos partidos e a reunião do Conselho de Estado, na sequência da queda do executivo minoritário do PSD, com a aprovação em 17 de dezembro da moção de censura apresentada pelo Chega.."Não sei [a data das reuniões], o senhor Presidente é que vai decidir", disse..Miguel Albuquerque falava aos jornalistas no Salão Nobre do Governo Regional, no Funchal, à margem da cerimónia de atribuição de bolsas de mérito a 17 estudantes do secundário com as melhores notas de candidatura ao ensino superior, uma iniciativa do executivo que decorre pelo quarto ano consecutivo..Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que, de acordo com a Constituição, para poder exercer o poder de dissolução da Assembleia Legislativa Regional irá no início de janeiro ouvir todos os partidos do parlamento madeirense e depois convocar o Conselho de Estado..Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas durante uma visita ao Barreiro, em Setúbal, para a tradicional ginjinha de Natal, admitiu que o representante da República para a Madeira lhe transmitiu que todos defendem eleições..Questionado se já se decidira pela dissolução, respondeu negativamente, apontando os formalismos constitucionais a cumprir, escusando-se também a responder sobre o pedido da oposição interna no PSD/Madeira para que as eleições regionais sejam mais tarde..Hoje, Miguel Albuquerque reiterou ser "imperativo e do interesse regional" que as eleições antecipadas sejam marcadas "o mais rapidamente possível".."Não podemos continuar com uma região sem governo e sem orçamento aprovado, porque isso depois traz repercussões negativas para toda a nossa sociedade", disse, acrescentando que os "madeirenses sabem e têm a certeza" que precisam de o ajudar para manter "a região na senda do progresso e da estabilidade e não entregar isto [o arquipélago] a demagogos de pacotilha".."Eu preciso que me ajudem, sobretudo nas próximas eleições, a manter isto na ordem, porque as pessoas querem sossego, querem tratar da sua vida, querem ter os seus negócios a prosperar, a sua vida com previsibilidade e isto é uma situação de instabilidade, de tentativa de radicalização da nossa sociedade que não traz nada de bom para ninguém", sublinhou..Em 17 de dezembro, o parlamento madeirense aprovou uma moção de censura do Chega contra o Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Albuquerque, com os votos a favor de toda a oposição. Só o PSD e o CDS-PP, que têm um acordo parlamentar e um total de 21 deputados (insuficientes para a maioria absoluta que requer 24), votaram contra..Na sequência da aprovação da moção de censura, que implica a queda do executivo, Ireneu Barreto ouviu todos os partidos com assento parlamentar, por ordem decrescente de representação: PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN..No final dos encontros, o juiz conselheiro transmitiu aos jornalistas que todas as forças políticas "pugnaram eleições o mais depressa possível", realçando que a sua tentativa de encontrar uma solução governativa no "quadro da atual legislatura não teve qualquer sucesso"..Segundo o artigo 19.º da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, em caso de dissolução, o Presidente da República marca a data da eleição dos deputados "com a antecedência mínima de 55 dias"..Ireneu Barreto adiantou que a data "mais provável" para a realização de eleições antecipadas é 09 de março..A aprovação da moção de censura, uma situação inédita na região autónoma, implicou a queda da XV Governo da Madeira, que estava em funções desde 06 de junho..O executivo tomou posse na sequência das eleições regionais antecipadas de 26 de maio, que ocorreram também devido à queda do anterior executivo, com a demissão de Miguel Albuquerque, após ter sido constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.