O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, disse esta quarta-feira que partilha das preocupações do Presidente da República, mas considerou que "não há confiança na capacidade do atual Governo para as resolver".."Partilhamos as preocupações do Presidente da República, mas infelizmente não temos é confiança na capacidade do atual Governo para as resolver", disse Pedro Nuno Santos em reação à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa..Na intervenção de cerca de dez minutos, o líder socialista apontou as áreas da economia, saúde e pobreza como exemplos de setores onde o atual Governo não conseguiu resolver os problemas, considerando que "a crise no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o expoente máximo da incapacidade do Governo na gestão dos serviços públicos"..Passando em revista a preocupação de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a pobreza, Pedro Nuno Santos afirmou que "as preocupações são partilhadas por todos, sem dúvida só redistribuindo melhor a riqueza gerada, mas sobretudo criando mais riqueza em Portugal, conseguiremos ultrapassar os problemas"..PSD fala em "especial sintonia" entre Presidente e primeiro-ministro.Já vice-presidente do PSD Carlos Coelho assinalou "especial sintonia" entre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República e a de Boas Festas do primeiro-ministro, notando que os recados de Marcelo se dirigem, sobretudo, à oposição.."Na semana passada estive aqui para comentar a mensagem de boas festas do primeiro-ministro e hoje ouvimos a mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Ambas sublinham esperança no futuro e há especial sintonia entre elas", afirmou Carlos Coelho, na sede do partido, em Lisboa..Para o PSD, esta sintonia é evidente em temas como o crescimento económico, o aumento do investimento, a redução da pobreza, o reforço do Estado social e da saúde..Chega diz que houve duas falhas: faltou a segurança e a saúde.Por outro lado, o presidente do Chega, disse que ao discurso de Ano Novo do chefe de Estado faltou "uma palavra firme" sobre saúde e insegurança..Numa mensagem pré-gravada, André Ventura referiu que Marcelo Rebelo de Sousa "ficou aquém". "Esperaríamos uma mensagem capaz de apontar ao Governo os caminhos errados. Falhou mensagem de crítica do que tem acontecido na Saúde. Falhou também uma palavra do Presidente da República sobre o clima de insegurança que se vive em Portugal".."Este ano, a saúde e a insegurança exigiam uma palavra de firmeza e de crítica", afirmou..IL: "Não há ninguém que fale na reforma do Estado, que creio ser absolutamente essencial".Na sua mensagem, Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL), referiu que, em todos os discursos (primeiro-ministro, Presidente da República e partidos) houve "uma grande ausência: a reforma do Estado".."Todos falam da necessidade de crescimento económico, da necessidade de sermos competitivos e no ambiente desafiante internacional, mas não há ninguém que fale na reforma do Estado, que creio ser absolutamente essencial", disse o liberal..Bloco de Esquerda lamenta falta de referência a Gaza e à Palestina.O Bloco de Esquerda estranha que o Presidente da República fale do 25 de Abril e do futuro sem abordar a saúde e educação públicas e habitação, lamentando que Marcelo tenha esquecido a Palestina e "o genocídio" em Gaza.."É importante realçar que quando nós falamos de Abril, da democracia e do futuro, é bom que não esqueçamos que, em Portugal, esse futuro, essa democracia se faz como um sustentáculo de um serviço de saúde público, uma escola pública e do direito à habitação", afirmou Bruno Maia, em conferência de imprensa..O dirigente do BE reagia ao discurso de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa, e à sua referência à "grande festa que foram os 50 anos do 25 de Abril e o futuro".."É muito estranho para nós que o Presidente da República não tenha enfatizado estas três áreas, que são os grandes problemas, alguns dos grandes problemas e desafios que nós enfrentamos hoje em dia, particularmente na saúde", acrescentou..PCP defende "paz e cooperação" em vez de "disputa" entre Estados.O dirigente do PCP Rui Fernandes defendeu que é preciso "paz e cooperação" e não "uma disputa entre povos e entre Estados", numa reação à mensagem do Presidente da República, dedicada em parte à situação internacional.."A primeira é que precisamos de paz e cooperação e não de uma política de disputa entre povos e entre Estados. E não, como alguns defendem, de cortes de pensões e Segurança Social para investir em mais armamento", disse Rui Fernandes, em conferência de imprensa na sede nacional do PCP, em Lisboa..O dirigente comunista considerou depois que os objetivos identificados pelo Presidente da República no que toca ao combate à pobreza só conseguirão ser concretizados se houver uma mudança de política.."Portugal necessita de uma mudança de política que seja assente nos valores constitucionais e que promova aumento dos salários, pensões e que dê resposta aos problemas na saúde e habitação", sustentou..Livre fala em mensagem "muito derrotista".A líder parlamentar do Livre classificou como "muito derrotista" a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, tanto no plano internacional como nacional, e que "não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo".."Esta mensagem causou-nos bastante estranheza porque nos pareceu uma mensagem muito derrotista tanto no plano internacional como no plano nacional", afirmou à Lusa Isabel Mendes Lopes..Do ponto de vista nacional, "pareceu-nos um discurso muito derrotista porque Marcelo Rebelo de Sousa considera que se fechou o ciclo dos 50 anos do 25 de Abril e não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo", apontou.."Consideramos que é preciso olhar para esteve na génese do 25 Abril e o que aconteceu depois, nestes 50 anos a verdade é que Portugal melhorou muito a qualidade de vida e é importante olharmos para esse salto que Portugal deu para também darmos agora um próximo salto", considerou a líder parlamentar do Livre..Para isso, "é preciso investir em áreas que Marcelo Rebelo de Sousa referiu: a educação, a habitação, a saúde, reduzir a pobreza estrutural é essencial e garantir a igualdade em Portugal"..CDS destaca concordância de mensagens de primeiro-ministro e Presidente.Já o CDS foi no mesmo sentido do PSD, ao realçar a "concordância" entre Governo e Presidente..Em conferência de imprensa, Telmo Correia, dirigente centrista, referiu que o partido acompanha a "chamada de atenção" de Marcelo quanto à necessidade de "uma forte relação transatlântica" com os EUA..O também secretário de Estado da Administração Interna classificou 2024 como "um ano de mudança", após oito anos de um "longo ciclo socialista". E o próximo? "Será o ano em que iremos desenvolver o trabalho que foi feito e em que iremos mais longe nesse mesmo trabalho. Nós também acreditamos nos portugueses e acreditamos que é possível ir mais longe"..PAN espera que Montenegro dê ouvidos a "recados" de PR.A porta-voz do PAN afirmou esperar que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ouça os "recados do Presidente da República" quanto à necessidade de solidariedade institucional, que defendeu dever ser alargada ao Parlamento.."Sentimos que os recados que Marcelo Rebelo de Sousa deu hoje mesmo ao primeiro-ministro apelando a uma maior colaboração institucional é um recado que deve ser ouvido por Luís Montenegro", disse Inês Sousa Real, em conferência de imprensa, na sede do partido em Lisboa..Para a deputada única do PAN, a colaboração institucional de que o Presidente da República falou na sua mensagem de Ano Novo, transmitida hoje, "não se deve esgotar na Presidência da República, deve ser também alargada à Assembleia da República, ao parlamento"..Só assim, sustentou, o apelo à estabilidade feito pelo Presidente da República "pode traduzir-se de facto numa ação governativa" de "um governo minoritário" que melhore a vida das pessoas, com impactos nas áreas do acesso à habitação, na educação, no combate à pobreza e às alterações climáticas.