A região russa de Kursk tem sido atacada nos últimos dois dias.
A região russa de Kursk tem sido atacada nos últimos dois dias.Governador da região de Kursk/AFP

Kiev ataca em força na fronteira com a Rússia

Incursão ucraniana na região russa de Kursk, apelidada por Moscovo como bárbara, levou à retirada de milhares de civis.
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A Rússia lutou esta quarta-feira, pelo segundo dia consecutivo, contra uma grande incursão transfronteiriça da Ucrânia, levando as autoridades a retirar vários milhares de civis devido aos combates. A incursão começou na manhã de terça-feira, com o Ministério da Defesa russo a anunciar que tinha mobilizado fogo aéreo e de artilharia para repelir as tropas ucranianas que invadiam a região ocidental de Kursk. Esta quarta-feira, Vladimir Putin acusou Kiev de atacar edifícios civis, anunciando que se iria reunir com os serviços de segurança para discutir uma resposta.

“O regime de Kiev levou a cabo outra provocação em grande escala”, afirmou o presidente russo. “Está a disparar indiscriminadamente vários tipos de armas, incluindo rockets, contra edifícios civis, casas e ambulâncias”, acrescentou Putin.

Vários influentes bloguistas militares russos criticaram na quarta-feira os líderes militares do país por não terem conseguido impedir este grande ataque ucraniano, considerado uma das mais graves incursões fronteiriças levadas a cabo por combatentes pró-Kiev. “O inimigo tem vindo a acumular forças há dois meses”, referiu numa publicação o canal Rybar, que tem ligações às tropas russas. “Durante dois meses toda a informação foi enviada para a sede inútil. Houve tempo suficiente para tomar uma decisão apropriada”, acrescentou.

De acordo com as autoridades russas, pelo menos cinco civis foram mortos e 24 feridos desde o início da incursão. O governador regional de Kursk, Alexei Smirnov, adiantou que foram retiradas da região milhares de pessoas e cancelados ajuntamentos. A Ucrânia anunciou também a retirada obrigatória de milhares de pessoas de uma zona fronteiriça próxima à região russa de Kursk - cerca de seis mil pessoas, incluindo 425 crianças, segundo o governador regional Volodimir Artiukh.

Esta quarta-feira, a Ucrânia ainda não tinha reclamado a responsabilidade pela incursão. No entanto, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, aludiu aos ataques, afirmando que Moscovo usou as suas “regiões fronteiriças impunemente para ataques aéreos e de artilharia maciços”. Já a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, classificou esta incursão como “bárbara”, pedindo “à comunidade internacional para que não fique parada e condene resolutamente as ações criminosas do regime de Kiev”.

ana.meireles@dn.pt 

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