Ucrânia pede aos aliados decisão forte face à entrada em cena da Coreia do Norte
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia insistiu numa resposta à escalada da guerra que representa a entrada em cena de militares norte-coreanos, e para Andrii Sybiha essa reação seria a permissão para usar armamento ocidental em território russo. No mesmo dia, os homólogos da Coreia do Norte e da Rússia reuniram-se, com a dirigente de Pyongyang a dizer que o regime totalitário estará com Moscovo “até à vitória”.
“Precisamos de uma decisão forte dos nossos aliados para levantar todas as restrições à utilização de mísseis de longo alcance contra o território russo”, afirmou o chefe da diplomacia ucraniana em Montreal, ao referir-se à entrada, a qualquer momento, de 8 mil soldados da Coreia do Norte, número adiantado pelos Estados Unidos, e de mil mísseis, segundo a Coreia do Sul.
A fricção entre Kiev e Washington aumentou nos últimos dias depois de o jornal The New York Times ter revelado uma parte secreta do plano de vitória de Volodymyr Zelensky, e que passava pelo fornecimento de mísseis Tomahawk, com alcance de 1500 quilómetros. No entanto, a notícia dava esse objetivo ucraniano como irrealista, uma vez que referiu que os altos funcionários norte-americanos não se mostraram convencidos com os argumentos sobre a forma como utilizariam os Tomahawk para inverter a situação no campo de batalha.
“E esta era uma informação confidencial entre a Ucrânia e a Casa Branca. Como é que devemos entender estas mensagens? Então, isso significa que entre parceiros não há nada confidencial?”, questionou o presidente ucraniano numa entrevista a vários meios nórdicos. O tom crítico prosseguiu, ao afirmar que apenas uma em cada dez armas aprovadas pelo Congresso norte-americano chegaram ao destino. “Fazemos o nosso trabalho. Contamos com os reservistas, contamos com as brigadas especiais, contamos com esse equipamento. E se recebermos 10% de todo o pacote que já foi votado... não tem piada”.
Indiferente às críticas, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou mais um pacote de assistência militar, no valor de 425 milhões de dólares. Veículos blindados de transporte, mísseis e munições (incluindo ar-terra) fazem parte da lista.
Em Moscovo, Sergei Lavrov ouviu a ministra Choe Son Hui dizer que “sob a sábia liderança do eminente presidente russo, Vladimir Putin, o Exército e o povo russos alcançarão uma grande vitória” na Ucrânia e afirmou que os norte-coreanos estarão ao lado dos “camaradas russos até ao dia da vitória”.