O Orçamento regional da Madeira foi chumbado. Votaram contra todos os partidos da oposição: PS, JPP, Chega, IL e PAN. A proposta só teve os votos favoráveis de PSD e CDS..Este chumbo do Orçamento não implica a demissão do Governo de Miguel Albuquerque apoiado pelo CDS, mas significa que a região será governada em regime de duodécimos em 2025, havendo ainda a possibilidade de Albuquerque apresentar nova proposta. .Para a próxima semana está já marcada a discussão e votação da moção de censura ao Governo de Miguel Albuquerque apresentada pelo Chega, que justificou a decisão com as investigações judiciais envolvendo o presidente do executivo e quatro secretários regionais. Os cinco governantes foram, em casos distintos, constituídos arguidos..Tal como no orçamento, se os partidos mantiverem os votos anunciados, a moção será aprovada com os votos de PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos têm maioria absoluta..A aprovação da moção de censura, que será votado dia 17, implica a demissão do Governo Regional. As eleições legislativas regionais antecipadas, neste caso, devem acontecer em finais de fevereiro. .A Assembleia Legislativa da Madeira é composta por 47 deputados, sendo 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega e dois do CDS-PP, enquanto a IL e o PAN têm um representante cada. A maioria absoluta requer 24 votos..As reacções.No encerramento da sessão plenária de hoje, Miguel Albuquerque considerou que não houve discussão substantiva do Orçamento Regional, nem de propostas, mas de problemas partidários, o que "é nocivo" para a população..O governante salientou que "os madeirenses querem paz" e que, com o 'chumbo' dos documentos, várias obras "vão ficar paradas", como o lançamento da terceira fase do novo hospital do Funchal, além dos aumentos dos rendimentos dos funcionários..Albuquerque salientou ser necessário saber se o Chega vai continuar a ser "a bengala da desestabilização e da esquerda", mandatada, acrescentou, pelo líder nacional do Chega, André Ventura..Esta, referiu, é uma situação "surreal", visto que a Madeira” atravessa o momento mais consistente e sólido da sua macroeconomia" e fica agora sem orçamento..Mas, assegurou, o PSD "está pronto para ouvir a voz do povo" e ir a eleições" -- o que, a acontecer, será o terceiro sufrágio num ano e meio..O líder parlamentar do PS afirmou que não vota a favor de um Orçamento "só porque dá jeito a Miguel Albuquerque", vincando que se pretende um documento que "dê jeito aos madeirenses e aos porto-santenses".."Este é um Orçamento a pensar em eleições, que procura salvar Miguel Albuquerque, mas que não salva os madeirenses da pobreza, da doença [...] ou da falta de uma habitação decente", salientou Paulo Cafôfo..Para o socialista, "à Madeira não serve qualquer Orçamento" e "a instabilidade só acabará com a saída de Miguel Albuquerque e o fim do regime do PSD".."Se não sai por sua livre vontade, que seja o povo a pô-lo na rua", afirmou, sublinhando que "não ter este Orçamento aprovado pode significar que se possa ter outro Orçamento mais tarde e bem melhor, e com retroatividade"..Por seu turno, o líder parlamentar do JPP, Élvio Sousa, alegou que, sendo hoje o Dia Internacional da Luta contra a Corrupção, "será o dia do juízo final deste governo", já que "os madeirenses estão fartos de corruptos" e "esperam que este regime tenha um fim"..Quanto ao líder parlamentar do Chega, Miguel Castro, disse não compactuar com um Orçamento que visa "perpetuar um governo que já perdeu a confiança dos madeirenses" e "cercado de suspeições", com cinco membros -- incluindo Albuquerque - arguidos em investigações judiciais..O deputado referiu ainda que o Orçamento Regional para 2025 não tem "visão estratégica" e "ignora os problemas reais da Madeira”.Nuno Morna, deputado único da IL, justificou o seu voto contra e "sem qualquer tipo de arrependimento" referindo que o documento é um "testemunho da falta de liderança, coragem e falta de visão do Governo Regional"..A eleita do PAN, Mónica Freitas, acusou o presidente do Governo Regional de "colocar em causa o trabalho" de diálogo num quadro parlamentar sem maioria absoluta, mantendo em funções os secretários regionais suspeitos de crimes, e considerou que "um Orçamento não se discute sob a ameaça da discussão de uma moção de censura"..Sara Madalena, do CDS, criticou as posturas dos partidos que votaram a favor do adiamento da moção de censura para depois de um Orçamento Regional que acabaram por chumbar..Com Lusa