20 anos depois, os Evanescence provam por que são uma banda icónica
Se o sucesso de uma banda pode ser medido pelo número de fãs que os assistem ao longo das décadas, os Evanescence são uma banda de sucesso. Vinte anos depois de subir ao palco do Rock in Rio pela primeira vez, o grupo liderado por Amy Lee tocou para uma multidão que lotou a área em frente ao Palco Mundo.
Muitos esperavam desde às 13h para os assistir. Bandeiras de Portugal e do Brasil dominaram as primeiras filas. Era visível que a maior parte dos fãs eram jovens adultos, que cantaram as músicas do início ao fim, um sinal de que são realmente admiradores da banda. Houve até quem atravessou o oceano para assistir. As irmãs Isabel Burdotti e Idalina Bardotti vieram de São Paulo para Lisboa exclusivamente para ver o concerto da banda preferida. Foi o 11º concerto dos Evanescence na lista da dupla - o primeiro fora do território brasileiro.
Álvaro Isidoro / Global Imagens
Apesar de americanos, a pontualidade foi britânica. Os primeiros acordes de guitarra e da bateria de Will Hunt foram ouvidos às 19h, com a música Broken Pieces Shine. Os primeiros sons foram de álbuns mais recentes do grupo formado nos Estados Unidos no final dos anos 1990. Foi com o álbum Fallen, lançado em 2003 e remasterizado recentemente, que a banda alcançou realmente sucesso e começou a formar uma legião de fãs pelo mundo.
Logo depois das primeiras músicas, Amy Lee cumprimentou o público. Por alguns segundos, Amy pareceu ser uma falante nativa de língua portuguesa, ao dizer “muito obrigado” sem sotaque. A artista disse que “ter tanto público ao longo dos anos significa muito”. O estilo da cantora permanece o mesmo duas décadas depois: vestida toda de preto, com coturnos, cabelo preto liso e maquilhagem gótica com sombras cor de rosa, além do clássico eyeliner que toda uma geração de miúdas tentou imitar.
Ao longo do concerto, foi visível que os veteranos da banda, Tim McCord e Will Hunt, continuam a se divertir enquanto tocam - tanto quanto o público que assistiu o show de forma emocionada. A baixista Emma Anzai, que passou a integrar oficialmente a banda há apenas dois anos, mostrou um entrosamento com os demais integrantes do grupo. Com uma grande performance no contrabaixo, a australiana também atua nos vocais com Amy Lee e as duas vozes combinam.
Quem realmente conhece os Evanescence sabe que uma das marcas é a habilidade de Amy Lee com o piano. Na metade da apresentação, a artista tocou o instrumento e cantou My Heart is Broken. Logo depois, embalou Going Under, um dos principais hits da carreira, levando o público ao rubro.
Foto: Álvaro Isidoro / Global Imagens
Da metade para o fim do espetáculo, a cantora convidou o público para “viajar no tempo” e cantou Call Me When You Sober e Imaginary - sons acompanhados do início ao fim pelos fãs. Antes de encerrar o poderoso concerto, a americana de 42 anos discursou sobre liberdade e combate ao ódio. “Não deixem que ninguém fale por vocês” e “Vocês são poderosos, usem esse poder para o bem e contra o ódio”, disse. O momento ficou ainda mais marcante pelo pôr do sol.
Depois, com My Immortal e já no começo do anoitecer, as luzes de milhares de telemóveis iluminaram a apresentação. E, como o melhor sempre fica mesmo para o final, “Bring me to Life” foi a última música do concerto. Inicialmente, com a voz de Amy Lee e o piano. Depois, com o coro do público e o restante da banda.
Ao fim do concerto e 20 anos depois do início do sucesso, Amy Lee prova que continua a ser a mesma mulher que encantou gerações de crianças e jovens - hoje adultos - com letras poderosas, voz inconfundível e melodias inesquecíveis.
amanda.lima@dn.pt