André Ventura juntou mais dois deputados ao grupo parlamentar, atingindo cinco dezenas.
André Ventura juntou mais dois deputados ao grupo parlamentar, atingindo cinco dezenas.Paulo Spranger / Global Imagens

Subida do Chega entre os emigrantes manteve vantagem da Aliança Democrática

Augusto Santos Silva não foi reeleito por Fora da Europa, e Chega ficou à frente do PS na Europa. PSD e PS empatam a 78 deputados, mas há dois do CDS-PP.
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A grande subida do Chega nos círculos da emigração, elegendo na Europa (foi a força mais votada) e Fora da Europa (onde o partido de André Ventura ficou em segundo, atrás da Aliança Democrática), assegurou que o PS não terá o maior grupo parlamentar na próxima legislatura.

A Aliança Democrática venceu as legislativas com 28,84% (incluindo a coligação PSD-CDS na Madeira), e elegeu 80 deputados, dos quais 78 do PSD e dois do CDS-PP, à frente do PS, que teve 28% e assegurou 78 mandatos. Em terceiro, o Chega teve 18,07% e 50 deputados, juntando ontem ao grupo parlamentar José Dias Fernandes (Europa) e Manuel Magno (Fora da Europa).

As hipóteses de o PS vir a ter o maior grupo parlamentar na legislatura que agora se inicia caíram por terra, apesar da reeleição de Paulo Pisco, cabeça de lista pela Europa, por o até agora presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ter ficado atrás da Aliança Democrática e do Chega no círculo de Fora da Europa. Mesmo antes de estar encerrado o apuramento oficial, faltando parte dos votos do Brasil, Santos Silva reconheceu a sua “derrota política e pessoal” numa entrevista à SIC Notícias.

Os resultados da emigração confirmaram a forte viragem à direita, que terá 138 dos 230 deputados, entre AD, o Chega e os oito eleitos da Iniciativa Liberal. Na esquerda, além de o PS ter perdido 42 dos 120 mandatos da maioria absoluta obtida por António Costa em 2022, o Livre foi o único a aumentar a presença na Assembleia da República, de um para quatro deputados. Pelo contrário, o Bloco de Esquerda continua a ter cinco e o PCP perdeu dois representantes, passando a dispor de apenas quatro. Sem alterações fica o PAN, que falhou o objetivo de recuperar o grupo parlamentar, mantendo a deputada única Inês de Sousa Real.

Mantendo-se a recusa de qualquer tipo de entendimento com o Chega, e sem garantias de que a Iniciativa Liberal seja integrada na maioria relativa conquistada nas legislativas, Luís Montenegro formará o Governo com menor apoio parlamentar desde 1985, quando o seu antecessor na liderança do PSD, Cavaco Silva, tinha apenas 88 deputados entre os 250 que então eram eleitos para o Parlamento, mais duas dezenas do que agora. 

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