O palácio de Assad era forrado a mármore e tinha um hospital e um quartel lá dentro
Da autoria do arquiteto japonês Kenzo Tange - que terá abandonado o projeto ainda antes do início da construção -, o palácio presidencial de Damasco fica a oeste da capital síria, no monte Mezzeh. Residência dos Assad nos últimos 34 anos - primeiro o pai Hafez e depois o filho Bashar, o edifício foi agora pilhado e queimado depois da fuga do presidente sírio para Moscovo, perante o avanço dos rebeldes jihadistas que assumiram o controlo da cidade e do país.
Mandado construir em 1985, o palácio ficou concluído cinco anos mais tarde e terá custado cerca de um mil milhões de dólares. Com uma área total de 510 mil m2, só o edifício principal tem 31 500 m2, consistindo em grande parte em salas vazias forradas a mármore de Carrara.
Dentro do recinto, cercado por um muro de segurança com torres de vigilância com os seus respectivos guardas, encontra-se ainda um hospital presidencial e o quartel-general da guarda republicana.
Usado muitas vezes para receber visitas de líderes estrangeiros, em 1994 foi ali que Hafez al-Assad recebeu o então presidente dos EUA, Bill Clinton, para negociar um plano de paz entre a Síria e Israel.
Neste domingo, já depois da fuga de Bashar al-Assad, multiplicaram-se os vídeos e as fotografias de jihadistas dentro do palácio, mas também de civis que aproveitaram para pilhar o que podia, enquanto tiravam selfies no interior destruído e, em parte, incendiado.