Mohamed Al-Fayed acusado de violação e agressão sexual por ex-funcionárias dos armazens Harrods
SHAUN CURRY / AFP

Mohamed Al-Fayed acusado de violação e agressão sexual por ex-funcionárias dos armazens Harrods

Cinco mulheres dizem ter sido violadas por Al-Fayed, que morreu no ano passado aos 94 anos. A revelação é feita pela BBC, que ouviu o testemunho de 20 ex-funcionárias dos luxuosos armazéns londrinos Harrods que acusam o bilionário de as agredir sexualmente.
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Várias mulheres acusaram o bilionário egípcio Mohamed Al-Fayed,, antigo proprietário dos luxuosos armazéns londrinos Harrods, de violação e agressão sexual, avançou esta quinta-feira a BBC.

As alegações das mulheres dizem respeito ao tempo em que eram funcionárias dos armazéns Harrods e foram feitas num documentário e podcast da BBC. São as acusações mais recentes contra figuras proeminentes após o início do movimento #MeToo em 2017.

Al-Fayed, que morreu no ano passado aos 94 anos, foi uma figura proeminente na vida britânica durante décadas devido ao facto de ser proprietário dos armazéns Harrods. Recorde-se que Dodi, o filho de Mohamed Al-Fayed, morreu juntamente com a princesa Diana num acidente de carro, em 1997.

Mais de 20 mulheres falaram à BBC alegando crimes de agressão sexual e violência física levados a cabo pelo bilionário em propriedades em Londres e Paris.

Cinco mulheres disseram ter sido violadas pelo antigo dono dos armazéns Harrods, de acordo com o documentário "Al Fayed: Predator at Harrods”, que será transmitido esta quinta-feira, e o podcast "World of Secrets". 

Al-Fayed já tinha sido acusado de ter agredido sexualmente várias mulheres, mas uma investigação policial de 2015 sobre uma alegação de violação não levou a qualquer acusação.

Atuais donos dos armazéns Harrods "absolutamente chocados"

A emissora britânica revelou que reuniu evidências de que, durante a gestão de Al-Fayed, os armazéns Harrods não só não interviram, como ajudaram a encobrir alegações de abuso sexual.

Os atuais proprietários da Harrods afirmaram estar “absolutamente chocados” com as alegações de abuso, acrescentando: “Como empresa, falhámos com os nossos empregados, que foram as suas vítimas, e por isso pedimos sinceras desculpas”. 

“A teia de corrupção e abuso nesta empresa era inacreditável e muito obscura”, afirmou à BBC o advogado Bruce Drummond, da equipa jurídica que representa algumas das mulheres que acusam Al-Fayed.

De acordo com a emissora britânica, os depoimentos revelam um padrão de comportamento predatório e abuso sexual por Al-Fayed. 

Segundo os testemunhos recolhidos pela BBC de antigo funcionários, homens e mulheres, o então dono dos armazéns Harrods visitava regularmente os andares da loja e identificava jovens assistentes que achava atraentes. As jovens eram depois promovidas para trabalhar nos seus escritórios no andar de cima. 

Em julho de 2023, a Harrods começou a resolver os litígios com as mulheres que apresentaram queixas de abuso sexual por parte de Al-Fayed entre o final da década de 1980 e o final da década de 2000.

O antigo dono da Harrods vendeu a famosa loja em Knightsbridge em 2010 ao departamento de investimento do fundo soberano do Qatar por cerca de 1,5 mil milhões de libras (2,2 mil milhões de dólares).

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