Liderança do governo transforma Montenegro no político mais popular
Leonardo Negrão/Global Imagens

Liderança do governo transforma Montenegro no político mais popular

Primeiro-ministro destaca-se de todos os outros, com 54% de avaliações positivas. Também está à frente (40%) de Pedro Nuno Santos (28%) na confiança. Principal figura da oposição é André Ventura (43%).
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Não há nenhum político português com mais avaliações positivas (54%) do que Luís Montenegro, de acordo com os resultados do primeiro barómetro deste novo ciclo político feito pela Aximage para o DN, JN e TSF. Num outro indicador relevante, o atual primeiro-ministro (40%) bate Pedro Nuno Santos (28%) na confiança para chefiar o governo. Acresce outra má notícia para o líder socialista: os portugueses indicam André Ventura como principal figura da oposição (43%).

Temos um primeiro-ministro em estado de graça neste arranque de mandato: dois meses depois de ter tomado posse, surge com 54% de avaliações positivas e 34% de negativas, o que resulta num “excedente” de 20 pontos. Um cenário substancialmente diferente de outubro do ano passado, aquando da última avaliação regular aos protagonistas políticos: o primeiro-ministro de então, António Costa, acumulava um saldo negativo de 22 pontos, mas o líder do PSD estava ainda pior, com um “défice” de 33 pontos.

Montenegro mais confiável

Meio ano e umas eleições legislativas depois, o ambiente parece mais desanuviado. E não é apenas Luís Montenegro a beneficiar de uma maior generosidade dos portugueses na hora de avaliar os políticos: há vários ministros e líderes partidários no verde. Até a oposição, ódio de estimação habitual destes barómetros, tem desta vez uma imagem globalmente positiva. A mais notável exceção, como avançámos na edição de ontem, é a avaliação ao Presidente da República: tem um saldo negativo de 28 pontos.

A popularidade do chefe de governo é comum a todos os segmentos sociodemográficos da amostra (regiões, género, idade e classe social). Mas há diferenças no grau de entusiasmo: o saldo positivo é bastante mais elevado a Norte (31 pontos), do que nas regiões mais a sul, e sobretudo em Lisboa (12 pontos). Quando está em causa a idade, nota-se que o apreço dos mais velhos (50 anos em diante) é superior ao dos mais novos (18 a 49 anos). No caso dos segmentos de voto, Luís Montenegro leva negativa à esquerda e positiva à direita (embora um em cada 10 eleitores da AD faça uma avaliação negativa do primeiro-ministro).

No despique direto com Pedro Nuno Santos é também Luís Montenegro quem leva vantagem. Mesmo que o líder socialista, como adiantámos na edição de ontem, também tenha conseguido um saldo positivo de três pontos na sua avaliação. Quando se pergunta aos portugueses em qual dos dois têm mais confiança para primeiro-ministro, o social-democrata consegue uma vantagem de 12 pontos: 40% para Montenegro, 28% para Santos. Sendo certo que um em cada 10 socialistas prefere o social-democrata a primeiro-ministro ao líder do seu partido.

Ventura mais eficaz

Outro mau indicador para Pedro Nuno Santos é a pergunta sobre quem é, afinal, a principal figura da oposição ao governo: o secretário-geral do PS é apontado por 36% dos portugueses (com destaque para os 48% entre os mais velhos), mas é André Ventura quem vence esta competição com 43% dos “votos”.

Note-se, no entanto, que esta escolha tem mais a ver com o reconhecimento da eficácia na atuação do que com identificação com a mensagem, com a forma e não com o conteúdo.  Como ontem divulgámos, na primeira parte deste barómetro o líder do Chega é o político português com pior avaliação: quase dois terços dos inquiridos (62%) dão-lhe nota negativa.

FICHA TÉCNICA

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF sobre temas da atualidade nacional política. Universo: indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 801 entrevistas efetivas: 697 entrevistas online e 104 entrevistas telefónicas; 376 homens e 425 mulheres; 175 entre os 18 e os 34 anos, 212 entre os 35 e os 49 anos, 208 entre os 50 e os 64 anos e 206 para os 65 e mais anos; Norte 271, Centro 167, Sul e Ilhas 123, A. M. Lisboa 240. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 17 e 22 de maio de 2024. Taxa de resposta: 74,82%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

rafael@jn.pt

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