Patriotas pela Europa vão propor Elon Musk para o Prémio Sakharov
Os Patriotas pela Europa irão propor Elon Musk para a edição deste ano do Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu a figuras que se distinguem na luta pela liberdade e pela democracia. Por iniciativa do eurodeputado português Tiago Moreira de Sá, eleito pelo Chega, e do partido francês Reunião Nacional, aclamada pelos restantes membros da família política de direita radical, o empresário de origem sul-africana, que também tem as nacionalidades canadiana e norte-americana poderá ser reconhecido o que consideram ser o papel na defesa da liberdade de expressão enquanto proprietário da rede social X.
"A defesa da liberdade de expressão é vital para o progresso e dignidade de qualquer sociedade", escreveu nesta quarta-feira Tiago Moreira de Sá, justamente na sua conta no X, ao anunciar que os Patriotas pela Europa irão colocar Elon Musk entre os candidatos ao prémio que já foi atribuído pelo Parlamento Europeu a figuras como o sul-africano Nelson Mandela e o timorense Xanana Gusmão.
Ao DN, o professor universitário, que na legislatura anterior foi eleito deputado pelo PSD, disse que propor Elon Musk para o Prémio Sakharov "faz ainda muito mais sentido, pelo momento que vivemos, desde logo o ataque aos social media em vários países, desde o Brasil à Venezuela, passando, inclusive, por alguns elementos da União Europeia, como, por exemplo, o comissário 'demitido' Thierry Breton".
Apoiado por muitos e criticado por outros tantos pela forma como transformou o Twitter no X, depois de comprar a empresa, a 27 de outubro de 2022, criticando o que considerou promoção do wokismo e censura à liberdade de expressão por parte dos anteriores responsáveis pela rede social, Elon Musk tomou decisões como repor a conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Também adotou uma política de controlo de conteúdos que o levou a ser acusado de promover o discurso de ódio.
Cada vez mais envolvido na política norte-americana, ao ponto de Donald Trump o ter sondado como um futuro responsável pelo controlo da eficiência dos serviços públicos norte-americanos caso regresse à Casa Branca após as presidenciais de 5 de novembro, Elon Musk tem estado na mira do juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, que ordenou a suspensão do acesso ao X no Brasil, enquanto a empresa não nomeie um representante legal no país. Mas também está em causa a suspensão de perfis de alguns utilizadores brasileiros, nomeadamente políticos críticos da governação de Lula da Silva.