Revisão da carreira e valorização salarial. O que reivindicam os Bombeiros Sapadores?
FOTO: Paulo Spranger

Revisão da carreira e valorização salarial. O que reivindicam os Bombeiros Sapadores?

Centenas de Bombeiros Sapadores protestam junto à sede do Governo em dia de nova reunião com sindicatos e o Executivo. Pedem a revisão da carreira, o que não acontece há mais de 20 anos, e valorização salarial, que abrange a atualização de vários suplementos, entre os quais o de penosidade e de risco.
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Os Bombeiros Sapadores voltaram esta terça-feira a protestar nas ruas de Lisboa, junto à sede do Governo, no Campus XXI, no dia em que os sindicatos reuniram-se novamente com o Executivo. As negociações acabaram suspensas pelo Governo, devido aos protestos, depois de na semana passada não se ter alcançado um acordo. Esta é já a terceira reunião negocial.

O que reivindicam os Bombeiros Sapadores?
Exigem, sobretudo, a valorização da carreira, que dizem que não é revista há mais de 20 anos, e aumentos salariais, que contemplam a atualização de uma posição remuneratória, em 52 euros, a todos os bombeiros sapadores, além da atualização dos suplementos de disponibilidade permanente e de penosidade, insalubridade e risco, que constam na remuneração base dos bombeiros profissionais da administração local.

O que abrange o processo negocial?
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP) indicaram, em comunicado, que o processo negocial com o Governo abrange a "negociação da tabela salarial e respetivos suplementos", nomeadamente subsídios, aposentações/reformas e o reconhecimento da profissão de bombeiro como de desgaste rápido, horário de trabalho/dotação de efetivos mínimos ao serviço e o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP).

Aumento de pelo menos 200 euros
"Entendemos que nunca poderá ser inferior a um aumento [salarial] de 200 euros porque os bombeiros já tinham um ordenado que, retirando os suplementos regulatórios que estavam incluídos nele, era inferior ao ordenado mínimo nacional. Portanto isso, além de ser ilegal, é imoral e não podemos aceitar”, afirmou António Pascoal, dirigente do indicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, em declarações à SIC Notícias. 

O dirigente sindical sublinhou que "os bombeiros estão insatisfeitos há 22 anos, não é há 2 dias".

António Pascoal afirmou que não há "revisão de qualquer carreira" há mais de duas décadas. "A insatisfação é muita nos quartéis e, portanto, os bombeiros vão continuar a lutar por aquilo que é justo. Aquilo que é justo não só para nós (…) também é justo para a população que servimos. Porque começa a provocar algum desinteresse na profissão, começa a ser uma prestação de socorro com pouca qualidade, porque as pessoas que entram também não a têm”, sublinhou ao canal de notícias. 

Governo propõe "37,5 euros para subsído de risco". É "altamente ofensivo"
Estando o processo negocial na terceira reunião com os sindicatos de bombeiros, estes profissionais consideram que as propostas do Governo são insuficientes. “Está a oferecer-nos um subsídio de risco mensal de 37,5 euros. Nós consideramos que isso é altamente ofensivo para o risco que corremos diariamente”, afirmou à RTP um dos Bombeiros Sapadores que esteve no protesto junto ao Campus XXI.

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