E correu bem, Rúben! O Sporting goleou esta terça-feira o Manchester City (4-1) na despedida do seu treinador do Estádio José Alvalade, numa das mais brilhantes vitórias da era Amorim. Um triunfo com a chamada “estrelinha” que o técnico devolveu aos leões, num jogo carregado de simbolismo e que resumiu e honrou a bonita história do jovem técnico de 39 anos no banco leonino. Viktor Gyökeres marcou três dos quatro golos da equipa..Recebido com uma ensurdecedora ovação de pé e uma espectacular tarja do tamanho do Estádio José Alvalade - com uma foto com todos cinco troféus conquistados de leão ao peito e onde se lia: Obrigado - , o ainda treinador leonino despediu-se dos adeptos com uma das mais brilhantes vitórias (contruída com apenas 26% de posse de bola), deixando-lhes dois campeonatos, duas Taça da Liga e uma Supertaça em quatro anos. .JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA.E se hoje “é normal”, o Sporting jogar a Champions, muito se deve a ele e à forma capaz e desassombrosa como enfrentou os problemas do clube, a quem devolveu o orgulho e a glória. Hoje, o Sporting de Rúben Amorim ainda tremeu perante a aquele que é, segundo o jovem técnico, “a melhor equipa do Mundo”, mas acabou por vulgarizar o campeão inglês com uma segunda parte digna de estudo..Antes do jogo, o treinador revelou-se “ansioso” e admitiu o “insólito” de ter Hugo Viana como chefe e no balneário, sendo que ele vai ser o próximo chefe de Pep Guardiola, que mexeu e muito na equipa em relação ao último jogo. O espanhol apostou em Simpson-Pusey (estreou-se aos 19 anos) e Savinho nos lugares de Aké, Walker e Gundogan e só esperou quatro minutos para festejar. Morita, uma das surpresas do Sporting, perdeu a bola em zona proibida e Phil Foden fuzilou a baliza de Franco Israel..A intranquilidade causada pelo golo madrugador dos citizens foi extensa ao ataque e ao goleador da equipa. Viktor Gyökeres isolou-se, correu vários metros com a bola, completamente sozinho, e quando Ederson lhe apareceu pela frente tentou fazer um chapéu ao guarda-redes brasileiro, que leu os pensamentos do sueco e anulou a ameaça, que parecia letal. E se havia alguma dúvida sobre a mortalidade dos extraterrestre do golo, Erling Haaland também falhou um golo feito. A perdida não foi tão flagrante como a do nórdico do Sporting, mas não chegou a aquecer o duelo de goleadores..Passado o perigo, as dificuldades em travar as ofensivas desenhadas pelo capitão Bernardo Silva continuaram. Savinho assumiu o protagonismo com dois remates perigosos. E Haaland ia somando tentativas. Numa delas, Gyökeres fez de Franco Israel e tirou a bola na linha de golo. Na outra foi Israel a travar as intenções do norueguês com uma bela intervenção..FOTO:Gerardo Santos.E assim o Sporting foi mantendo a desvantagem mínima e ao alcance do possante e irreverente camisola 9, que aos 38 minutos fez o empate. Um golo em que o talento do jovem Geovany Quenda levou a melhor sobre a inexperiência do estreante Simpson-Pusey, que não conseguiu travar Gyökeres em corrida e Ederson acabou a sofrer o primeiro golo na Champions desta época..E assim chegaram ao fim 45 minutos marcados pela ineficácia da equipa de Guardiola, que sofreria as consequências no segundo tempo. Com dois golos em dois minutos, o Sporting passou para a frente do marcador e não mais cedeu a posição dominadora..Pote regressou do intervalo, colocou a bola em Maxi Araújo, que fez o 2-1 para os leões. Amorim foi contido nos festejos ao contrário dos jogadores e dos adeptos, que nem queriam acreditar que logo depois festejariam mais um. Gvardiol derrubou Trincão dentro da área e o árbitro não teve qualquer dúvida ao assinalar penálti... marcado pelo homem-golo sueco de Alvalade. .Neste momento mais difícil para os ingleses ainda apareceu o capitão Bernardo Silva com dois lances que podiam voltar a colocar o Manchester City na discussão do resultado, mas o remate foi travado por um defesa leonino e o penálti que sacou - mão de Diomande - foi desperdiçado por Haaland. O gigante norueguês optou pela força bruta e o potente remate bateu com estrondo na trave e levou as lotadas bancadas de Alvalde à loucura. .Uma loucura que só soube crescer à custa de mais um penálti e mais um golo de Viktor Gyökeres. Foi o 23.º do avançado sueco, o quinto na Champions... e o 66.º de leão ao peito..E assim Rúben Amorim teve a sua despedida de sonho e a esperada volta olímpica ao estádio, em que não conseguiu segurar as lágrimas. E com razões para isso: deixou Alvalade só com vitórias esta época (8 em 8 jogos) e o Sporting com 10 pontos na Champions, colocando ainda um ponto final na série de 26 jogos sem perder do Manchester City na prova - o melhor registo de sempre de uma equipa. Agora falta a despedida das despedidas, em Braga, no próximo domingo antes de se mudar para o Teatro dos Sonhos (Old Trafford)..FOTO:Gerardo Santos.isaura.almeida@dn.pt