O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que os direitos dos trabalhadores "não dispensam" as ações de luta, dando como exemplo o caso do acordo alcançado entre os estivadores e operadores do porto de Lisboa.."O resultado não está ainda adquirido nem fechado, mas isto demonstra que é possível encontrar sempre soluções, mas que essas soluções não dispensam a luta", disse..Para o secretário-geral do PCP, que falava em Alter do Chão, no distrito de Portalegre, após um almoço convívio com simpatizantes e militantes do partido, o que "não é possível concertar" são os "interesses económicos absolutos" e o "prejuízo e liquidação" dos direitos dos trabalhadores..O acordo alcançado na sexta-feira à noite entre os estivadores e operadores do porto de Lisboa prevê a assinatura, dentro de 15 dias, de um novo contrato coletivo de trabalho com um prazo de vigência de seis anos. Foram quase 15 horas de reunião..Segundo um comunicado do Ministério do Mar, além da suspensão imediata do pré-aviso de greve, foi acordada a redação e assinatura, no prazo de 15 dias, de "um novo contrato coletivo de trabalho com base nas matérias acordadas e nas negociações decorridas entre 07 de janeiro e 04 de abril"..Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa lançou ainda duras críticas ao anterior governo PSD/CDS-PP, ao Banco Central Europeu (BCE) e à União Europeia.."Esta mesma gente que obrigou o país a andar a toque de caixa, o Governo anterior a executar uma política desgraçada, que resultou em mais desemprego, mais pobreza, mais défice, mais dívida, não resolveu nenhum problema nacional, mas eles exigiram essa política, e agora veem dizer 'vocês têm que ser multados' porque praticaram essa política", lamentou..Para Jerónimo de Sousa, são "inaceitáveis" as posições tomadas ao longo dos tempos pelo BCE e pela União Europeia, considerando que estas instituições comportam-se como "ocupantes" do país.."O problema é que estes senhores já se comportam como ocupantes, esquecendo que Portugal é um país, conforme diz a nossa Constituição da República, independente, soberano e que essa soberania reside no povo, e aquilo que lhes temos de dizer é que quem manda em Portugal é povo português, é o povo português que decidirá do seu futuro coletivo", declarou.