Cinco polícias mortos a tiro em protesto contra violência policial em Dallas
Cinco polícias norte-americanos morreram e outros sete ficaram feridos num tiroteio durante uma manifestação em Dallas, de protesto contra a violência policial sobre negros, confirmaram as autoridades locais. Os polícias foram atingidos por 'snipers - francoatiradores - naquele que terá sido um ataque concertado por, pelo menos, quatro agressores.
Três pessoas foram já detidas na sequência do ataque e um quarto suspeito, que esteve barricado e foi cercado pelas autoridades - e garantia ter engenhos explosivos prontos para detonar - foi abatido. Segundo o Dallas Morning News, o homem morreu pelas três da madrugada de sexta-feira, hora local - mais seis em Lisboa. À CNN, o mayor de Dallas disse que o suspeito ficou ferido depois de a polícia o tentar atingir com explosivos, tendo depois disparado contra si mesmo. Estava barricado numa garagem e com uma atitude "muito beligerante", explicou o mayor, Mike Rawlings, tendo a polícia optado por enviar um robô armadilhado para o abater. Segundo Max Geron, da polícia de Dallas, não foi encontrado qualquer explosivo na área, apesar das ameaças do atirador.
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Entre os já detidos, estão uma mulher que se encontrava nas imediações desta garagem e dois homens, que se deslocavam de carro, um veículo Mercedes de cor escura. O chefe da polícia de Dallas, David Brown, já admitiu que os detidos não estão a colaborar com as autoridades, mas suspeita-se que tenham trabalhado juntos para lançar o ataque concertado à polícia, e cujos motivos permanecem desconhecidos.
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O Presidente dos EUA, Barack Obama, já falou sobre o ataque de Dallas em Varsóvia, na Polónia, onde se encontra para participar numa cimeira da NATO. Classificando-o como um "ataque calculado e desprezível", Obama revelou que o FBI está já em contacto com a polícia de Dallas para investigar o que aconteceu, assinalando que o ataque é "injustificado" e que a cidade de Dallas e todos os agentes da autoridade estão de luto. "Justiça será feita", garantiu o presidente dos EUA.
Ao todo, doze agentes da autoridade foram atingidos pelos 'snipers'. O espaço aéreo em torno da cidade de Dallas foi restringido e apenas podem descolar ou aterrar aviões em voos de emergência. Dois civis ficaram feridos no tiroteio. Um deles é uma mulher de 37 anos que participava com os filhos na manifestação contra a violência policial, convocada na sequência das mortes de mais dois afro-americanos nos EUA, atingidos por agentes da autoridade.
Segundo David Brown, os homens armados colocaram-se em locais "elevados" para atingir os polícias durante a manifestação. É visível o pânico entre aqueles que participavam no protesto no momento em que os disparos começam.
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Nas redes sociais, começam a surgir vídeos amadores dos suspeitos envolvidos no tiroteio.
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Um dos agentes mortos já foi identificado. Chama-se Brent Thompson, tinha 43 anos e era polícia de trânsito.
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A polícia de Dallas divulgou nas redes sociais a fotografia de um homem que dizia ser um dos suspeitos que procura. O homem, adianta o The Guardian, entregou-se às autoridades depois de saber que estava a ser procurado, e foi entretanto libertado.
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Milhares de pessoas manifestaram-se nas últimas horas nos EUA, em cidades como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, para protestar contra a violência policial sobre negros.
As manifestações surgiram após as mortes, registadas em vídeo, de dois homens afro-americanos às mãos da polícia. Philando Castile morreu na quarta-feira em Falcon Heights, no Estado de Minnesota, e Alton Sterling morreu na terça-feira, em Baton Rouge, no Estado de Luisiana.
Na quinta-feira, a ONU pediu aos Estados Unidos que investiguem estas mortes.
Por outro lado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que todos os norte-americanos devem estar preocupados com a violência da polícia e que as forças de segurança devem ser reformadas.
"Isto não é só um assunto dos negros, nem dos hispânicos. Isto é um assunto dos norte-americanos, e todos nos devemos preocupar", disse Barack Obama, na quinta-feira, na sua chegada a Varsóvia, para participar na cimeira da NATO.
"Todas as pessoas justas devem estar preocupadas. É nossa responsabilidade dizer que conseguimos fazer melhor. Nós somos melhores do que isto", afirmou.