08 junho 2017 às 15h00

Estado angolano financia campanha eleitoral dos partidos com 5,5 milhões de euros

As seis forças políticas angolanas com listas aprovadas às eleições gerais vão receber do Estado mais de 5,5 milhões de euros para financiamento da campanha eleitoral, segundo um decreto assinado pelo Presidente angolano, a que a Lusa teve hoje acesso.

Lusa

O documento, de 07 de junho, aprova esta verba para "financiamento, de modo equitativo, da campanha eleitoral dos Partidos ou Coligações de Partidos Políticos com as candidaturas definitivamente aprovadas pelo Tribunal Constitucional".

A verba em causa é fixada em 1.040 milhões de kwanzas (5,5 milhões de euros", de acordo com o documento, que aprova igualmente a abertura de um crédito adicional ao Orçamento Geral do Estado para o Ministério das Finanças, "para o pagamento da referida despesa".

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, vai figurar na primeira posição do boletim de voto nas eleições gerais de 23 de agosto, tal como aconteceu na votação de 2012.

O sorteio realizado na terça-feira pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), em cerimónia presenciada pelos mandatários das seis formações políticas que concorrem às eleições deste ano, colocou na segunda posição a Aliança Nacional Patriótica (APN).

A terceira posição é ocupada pelo Partido de Renovação Social (PRS), seguido do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, da Frente Nacional para Libertação de Angola (FNLA) e da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE).

Angola contará com 9.317.294 de eleitores nas eleições gerais de agosto, segundo dados oficiais que o Ministério da Administração do Território entregou à Comissão Nacional Eleitoral.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votados é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições de 2012.

Pela UNITA, a lista pelo círculo nacional é encabeçada por Isaías Samakuva, presidente do partido e que concorre desta forma à eleição, por via indireta, para Presidente da República. Pela APN, a lista é liderada por Quintino Moreira, seguindo-se Benedito Daniel, líder e cabeça-de-lista do PRS.

João Lourenço, vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa, lidera a lista, concorrendo assim à sucessão de José Eduardo dos Santos, chefe de Estado e que ao fim de 38 anos no poder já não vai a votos.

Pela FNLA concorre, como cabeça-de-lista, o líder do partido, Lucas Ngonda, e pela CASA-CE avança Abel Chivukuvuku, líder e cabeça-de-lista daquela coligação.

Tópicos: internacional