Nos arredores de Évora, pela mão da Universidade, está a ser desenvolvido um projeto pioneiro de produção e armazenamento de energia aproveitando a luz do sol, sem poluição e que pode ter baixo custo..A "Évora Molten Salt Platform" é financiada pelo Governo alemão e pela Universidade de Évora e é uma tecnologia que precisa de sol direto, que vai fundir sais que por sua vez vão levar à criação de vapor de água para produzir energia.."A vantagem é que a energia fotovoltaica não se pode armazenar e esta podemos armazená-la e usá-la quando quisermos", explicou João Farinha Mendes, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil..O projeto, ainda em fase de construção, foi hoje um dos muitos visitados pelo comissário europeu Carlos Moedas, responsável pelas pastas da Investigação, Ciência e Inovação, que durante dois dias (até sábado) promove no Alentejo um "Roteiro da Ciência", à semelhança do que já fez noutras zonas do país..O "Roteiro" destina-se a explicar a ação da Comissão Europeia na promoção da investigação e conhecer casos de sucesso nessa matéria, como os que hoje visitou em Beja e Évora.. Hoje, além de visitar esse casos, o comissário e o ministro da Ciência e Tecnologia, Manuel Heitor, participaram na Universidade de Évora (polo Mitra) num debate chamado "Challenges for Mediterranean Research: Food, Resources and Territories", com a presença de especialistas portugueses mas também de Espanha, de Itália ou de Marrocos..Durante a tarde falou-se, por exemplo, do projeto PRIMA, um programa integrado sobre alimentação e água numa ótica de desenvolvimento inclusivo, sustentável e saudável. Junta 19 países (Portugal incluído) com o Mediterrâneo e a sua cultura como tema de fundo. ("PRIMA é sentar as pessoas à mesa a falar sobre o Mediterrâneo", disse Carlos Moedas)..E Manuel Heitor elogiou no final o debate e os resultados da visita do dia, salientando no final que Portugal precisa de "instituições sólidas, flexíveis e adaptáveis e de universidades que desempenhem um papel importante, mas também de novos intervenientes", como acontece na nova cátedra na área aeroespacial, que junta a partir de hoje a Universidade, a Fundação para a Ciência e Tecnologia e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto..Évora, disse Carlos Moedas, tem 14 dos 29 projetos do Alentejo no âmbito do programa europeu Horizonte 2020, de investigação e inovação e com um orçamento de quase 80 mil milhões de euros..E o comissário "responsável" por todo esse dinheiro elogiou depois a Ciência, que abre portas e fronteiras que os políticos fecham, que pode ajuda a resolver o drama dos refugiados através de novas pesquisas mas também da escassez de água e de alimentos, e que pode afinal ajudar a criar "um mundo melhor para o futuro".