Novo topo de gama da Samsung tem câmaras capazes de captar todos os detalhes da noite
Já tivemos na mão a linha Galaxy S23 que, no campo da fotografia, evolui a já excelente antecessora, em especial na foto noturna, sobretudo o Ultra. Para fotografar, das estrelas no céu às selfies na discoteca, que fazem de si uma estrela.
É um erro chamar smartphone a um aparelho como o Samsung Galaxy S23 Ultra, oficialmente lançado esta quarta-feira. O termo correto seria smartcamera ou, melhor ainda, intelligentcamera. Isto porque, seguindo a tendência dos últimos anos, a marca sul-coreana criou uma mini-máquina fotográfica digital superpotente e, em seu redor, construiu um microcomputador que também faz chamadas, envia mensagens e vai à internet.
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O Ultra é a figura de proa da nova linha S23 da Samsung, que vem substituir a S22. E que, apesar de se apresentar mais sofisticado relativamente ao seu antecessor - anuncia mais 20% de autonomia na mesma bateria de 5000mAh, e um desempenho gráfico 40% mais rápido -, é na câmara fotográfica que a (r)evolução é mais evidente. E especialmente anunciada.
Altura para mais um neologismo: a Samsung chama-lhe Nightography. Use-se ou não o nome, trata-se da capacidade da máquina de captar da melhor forma possível imagens noturnas, em foto ou vídeo. Não é fazer da noite dia, mas sim conseguir captar o máximo detalhe sem perder o ambiente noturno.
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Isto na atual foto digital consegue-se através da utilização de sensores de captação de luz sofisticados e sensíveis (regra: quanto mais megapíxeis, melhor), lentes com larga abertura, capazes de deixar entrar muita luz (designado pela sigla F nas objetivas, em que para este efeito, quanto menor o número, melhor); e software que consegue misturar vários frames captados ao longo de várias frações de segundos numa única imagem, através de inteligência artificial (longe de ser solução ideal para os puristas da fotografia, diga-se, sendo aliás possível desativar algumas destas funções para os mais avançados).
Na curta experiência a que tivemos acesso, num hands-on antecipado organizado pela Samsung Portugal no Planetário de Lisboa, precisamente para se poder testar as capacidades do aparelho "às escuras", os resultados obtidos com a câmara principal do S23 Ultra não desiludiram.
O sensor de 200 megapíxeis, associado à lente grande angular F1,7 mais a "magia" da informática revelaram cores e texturas projetadas na abóbada da estrutura que os nossos olhos mal viam. Isto com um tempo de exposição muito reduzido - tanto que fotografámos sem recurso a tripé.

No interior da Planetário de Lisboa foi possível fotografar com o S23 Ultra (com recurso a tripé) o "céu estrelado" mesmo durante o dia.
© Samsung
A ajudar a que as fotos não ficassem tremidas esteve também o facto de a Samsung ter duplicado a capacidade (a distância de movimento) do estabilizador ótico do conjunto de câmaras principais, relativamente à geração anterior. Também em captação de vídeo (que, no Ultra, é possível fazer até 8K a 30 frames por segundo ou, abreviado, fps) é bem patente como a imagem praticamente não treme quando se está gravar e a andar.
Os S23 trazem ainda software especializado para fotografar os céus, pois a câmara tem uma função especial de Astrofotografia, um exclusivo desta linha. Um tripé, uma viagem para longe da poluição luminosa das cidades, algumas horas à noite e muita paciência resultam em fotos únicas.
Parte da tecnologia de captação de imagem noturna foi também incorporada na câmara de selfies que, pela primeira vez, é capaz de gravar vídeo em HDR até 60 fps. Além disso, está com um autofoco mais rápido e o software incorporado está capaz de reconhecer e integrar os melhores frames possíveis numa única imagem, de forma a criar selfies, mesmo em ambientes de pouca luz, muito melhores do que no S22, pelo que pudemos testar.

As variantes de cores do telefone, com a caneta S Pen.
© Samsung
Os irmãos mais pequenos
Tanto a Astrofotografia como a melhor câmara frontal estão presentes quer no Ultra, quer nos outros dois modelos da linha, o S23+ e o S23. Ambos têm uma câmara principal de 50 megapíxeis e, como já vem sendo habitual, distinguem-se entre si, grosso modo, pelas dimensões (6,6 vs. 6,1 polegadas de ecrã) E a capacidade de bateria (4700 vs. 3900 mAh). Além do preço, claro.

A "família" S23 na apresentação no Planetário de Lisboa
© DN
Toda a linha S23 tem processadores Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2 Mobile Platform, que são adaptados para os Galaxy. Os preços pedidos no lançamento pela Samsung são os seguintes: Ultra, versão de 1TB - 1869€ (em exclusivo na loja online da Samsung); 512GB - 1629€; 256GB - 1449€. Para o Galaxy S23+: 512GB - 1369€; 256GB - 1249€. E o S23: 256GB - 1049€; 128GB - 989€.
Caros? Preços que se justificam? Depois de experimentar a tecnologia durante alguns minutos e a qualidade de fabrico, tendemos para a segunda opção. Mas, claro, tudo depende do que pretende de um aparelho deste género. Se é só para fazer chamadas e pouco mais, não é preciso tanto. Já se foto e vídeo são prioridade, muito provavelmente não precisa de ir mais longe.