Não deixe que a água lhe corte o som. Fones para a piscina, a praia ou até o duche

Muitos <em>headphones </em>dizem ser à prova de água. Mas o que quer isso dizer? E que modelos pode, em segurança, levar para a piscina ou para o mar?
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Com a popularidade crescente dos fones Bluetooth (BT), também a questão de serem mais ou menos à prova de água se tornou cada vez mais importante. Em primeiro lugar, sendo estes aparelhos usados muitas vezes para corrida, têm de suportar a transpiração; depois precisam também de aguentar as intempéries, como a chuva e (ainda que em Portugal estejamos pouco habituados a tal) a neve.

Os fabricantes dos equipamentos eletrónicos (fones e não só) começaram a testar os seus produtos de acordo com uma norma internacional, adotando um standard facilmente interpretável pelo consumidor. No entanto, o IP (de International Protection) rating, apesar de ter uma lógica simples -- quanto maior o número, mais protegido o produto está -- pode ser confuso. Tentemos explicar.

Um rating IP00 significa que o artigo não tem qualquer proteção contra poeiras ou água. Um artigo marcado como IP01 já indica proteção contra condensação. O valor máximo atingível é IP69K, que significaria proteção total contra sólidos e resistência a jatos de água. O nível anterior, o IP68 indica que o item pode ser totalmente submerso em água sem qualquer problema.

É este o número que procuramos para este artigo: IPX8. Se encontrar uma designação com X em lugar do primeiro número tal significa que o fabricante não testou o seu artigo contra poeiras -- já a prova de água é garantida.

É atualmente difícil encontrar no mercado uma melhor opção para quem quer levar música com qualidade para a piscina ou até para o mar do que os Sony Walkman NWW623 e NWW413 (infelizmente, a Sony teima nestas designações pouco amigas da memória....).

Tal como o nome indica, são Walkmans, ou seja, leitores de música autónomos, compatíveis com ficheiros de música mp3, AAC, WMA e PCM, transferidos diretamente do computador para os 4GB ou 16GB de memória interna do aparelho (consoante queira pagar a diferença de preço).

Com rating IP68 e resistência a água salgada, pode mesmo levá-los para todo o lado, da piscina à praia, que nem a areia os afeta. A não ser que a forma de encaixe por trás da orelha lhe seja mesmo incómoda, poderão ainda ser a solução ideal para quem faz piscina -- a menos que prefira transmissão de áudio por via óssea, de forma a poder usar tampões de ouvidos próprios (ler a seguir).

A qualidade sonora é aquela por que a Sony ficou famosa nos seus equipamentos portáteis: baixos fortes, agudos detalhados; muito acima da média.

A diferença entre os dois modelos referidos está no preço e num pormenor a ter em conta: enquanto o NWW623, a partir de 150 euros na Amazon, tem ligação BT, que lhe permite ligar ao telemóvel ou ao smartwatch, o NWW413 -- a partir de 95 euros na mesma loja -- não possui esta ligação. Ou seja, funciona apenas como um Walkman à antiga. A decisão será sua até que ponto os 50 euros de diferença se justificam, ainda que, pela maior versatilidade que o primeiro oferece, diríamos que sim.

Antes de prosseguirmos, um ponto técnico que convém deixar claro: o Bluetooth não funciona bem com a água. É que esta não é condutora de eletricidade e, como tal, bloqueia facilmente o sinal de baixa potência desta forma de comunicação. Daí poder, por vezes, ter alguns cortes no sinal entre os fones e o relógio quando está numa piscina (no mar, uma vez que o sal na água aumenta a condutividade da mesma, o problema deverá ser minimizado).

Para quem faz muita piscina (mesmo a sério), não utiliza smartwatch -- naturalmente -- e quer ouvir música durante os treinos encontra resposta na Zygo Solo. Trata-se de um headphone que funciona por condução óssea, ou seja, o som é transmitido através dos ossos da caixa craniana, de forma a que o utilizador possa (e deva, para o melhor efeito sonoro) utilizar os tampões dos ouvidos de piscina que mais lhe convêm. Depois, para que a transmissão sem fios da música escolhida no smartphone não falhe, esta é feita através de um kit emissor FM, incluído com os headphones, em lugar do habitual BT.

Assim, pode deixar o telefone à beira da piscina e ir nadar a seu belo prazer com a banda sonora escolhida que a coisa não falha. Pequeno problema: a Zygo apenas vende (por 300 dólares) para os EUA, pelo que terá de utilizar um esquema tipo MyUS.com, que lhe atribui uma morada virtual americana, para os comprar para cá. Mas dada a qualidade dos mesmos -- não há nadador que não dê cinco estrelas -- poderá valer a pena.

Quão mais evidentes podem eles ser? A marca é H2O Audio, pelo que, das duas, uma: ou estes fones seriam feitos de água ou, claro, são feitos para andar na água. Destacamos o modelo bem mais económico: Surge S+. Por cerca de 100 euros (Amazon) leva uns fones IPX8 -- lembra-se? O X significa que não foi testado para poeiras, o 8 que é totalmente à prova de água -- que tem uma qualidade de som acima da média.

Agora, o leitor de música tem de ser fornecido por si... Ou tem um telefone à prova de água com entrada para fones ou...

Pode sempre comprar uma coisa tipo o AGPTEK S19 MP3 Aquatico, um "leitor de mp3" de 8GB de memória interna, capaz de descodificar os formatos FLAC, WMA, M4A e WAV. Com rating IPX8, é completamente à prova de água, e ainda inclui Bluetooth, pelo que pode emparelhá-lo a uns fones sem fios -- se não quiser usar com os H2O acima. Por uns "meros" 60 euros (Amazon), é uma oferta difícil de resistir.

Objetivamente, neste momento, se a ideia é juntar um leitor de música a uns fones para levar para a água, somando o preço de tudo, a opção da Sony é mesmo a melhor.

A não ser que os fones com fios lhe sirvam ou vá mesmo à piscina todos os dias. Neste último caso, e se ama música enquanto treina, considere mesmo importar uns Zygo.

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