Maserati Grecale: O rival do Porsche Macan

Depois do Levante, a Maserati lança o seu segundo SUV. Mais pequeno e mais acessível, o Grecale ambiciona rivalizar com o Porsche Macan, usando a plataforma do Alfa Romeo Stelvio. Fui a Itália, para um primeiro teste.
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Pensado antes de a FCA se juntar à PSA e formarem a Stellantis, o Grecale foi projetado com o que havia na altura, ou seja, a plataforma Giorgio do SUV Alfa Romeo Stelvio. Mas, em vez de mudar apenas o estilo e o interior, a marca do tridente fez um SUV com alma Maserati.

O Grecale tem motores próprios e mais 80 mm na distância entre-eixos, para benefício dos passageiros da segunda fila. A mala tem 535 litros de capacidade e os bancos de trás rebatem em três partes, tudo a bem da versatilidade que uma utilização familiar exige. O habitáculo tem um desenho novo e materiais de boa qualidade, não faltando o ecrã tátil central, fácil de usar. Também lá está o tradicional relógio ao centro, mas agora é um pequeno monitor digital com várias funções, por exemplo um medidor de forças "g". No meio da consola ficam os botões para comando da caixa automática, os habituais P, R, N e D. A ideia foi prescindir da alavanca e ganhar espaço para porta-objetos, mas a utilização dos botões é muito pouco prática. Mais abaixo, está um segundo ecrã tátil, para regular a climatização e outras funções, mas obriga a desviar os olhos da estrada. Pelo contrário, o novo "head up display" é completo e a sua projeção no para-brisas é fácil de ler. Tanto por dentro, como por fora, as portas abrem-se com botões elétricos, mas há fechos de alavanca no interior, não vá a bateria descarregar-se...

O estilo do Grecale é típico da Maserati, dominado pela grelha côncava com o tridente de Neptuno ao meio. A vista de trás é menos original, mas não lhe falta elegância.

À esquerda, no volante, está um botão que se pressiona para ligar o motor, à direita outro botão, rotativo, para os modos de condução: Offroad, Comfort, GT e Sport. No centro deste, há outro botão mais pequeno para escolher entre dois níveis de amortecimento. Por trás do volante, e fixas à coluna de direção, lá estão as habituais e enormes patilhas metálicas para comando manual da caixa de velocidades. A posição de condução não é tão alta como noutros SUV, o banco é confortável e só falta mais ajuste em alcance do volante.

Para este primeiro teste, nas ruas e nos arredores de Milão, guiei a versão mais acessível, que será a mais procurada, o GT. Tem um motor 2.0 turbo de quatro cilindros com sistema "mild hybrid" e um compressor elétrico "e-Booster" que ajuda o turbo nas rotações mais baixas. Tem 300 cv e devo dizer que fiquei surpreendido pelo som possante do escape, reforçado por frequências que saem dos altifalantes. Em modo Comfort, a resposta do motor é muito suave e disponível desde baixos regimes. O papel da parte elétrica é bem evidente, nas rotações mais baixas e a caixa automática é suave e rápida, mas o pedal de travão é pouco progressivo. A suspensão é um pouco firme, mas consegue processar alguns pisos em pior estado sem demasiado desconforto. Passando ao modo de condução GT, ganha-se rapidez no acelerador e na caixa e menos assistência na direção, mas a grande diferença sente-se no modo Sport. Aqui, o escape larga sonoras detonações e todo o carro se sente mais tenso. As prestações são boas, o envolvimento acústico é entusiasmante. Dos 0 aos 100 km/h o GT demora apenas 5,6 segundos. E quando chegam as estradas mais sinuosas, a frente mostra rapidez e precisão na entrada em curva. A inclinação lateral é pouca e quando se reacelera, a tração permanente às quatro rodas consegue fazer a traseira deslizar de forma progressiva e divertida de controlar, se o condutor exagerar com o acelerador.

A gama Grecale tem mais duas versões, o Modena, com o mesmo motor mas 330 cv e o Trofeo, com o V6 biturbo do superdesportivo MC20, aqui "apenas" com 530 cv, em vez de 630 cv.

A Maserati está a dar o passo certo. É verdade que o Grecale ainda não é um carro de nova geração, mas a plataforma foi evoluída e até vai receber uma versão 100% elétrica, o Grecale Folgore que chega em 2023 com bateria de 105 kWh e mais de 500 cv. As versões a gasolina estão em Portugal em Junho e os preços são: GT desde 95 645 euros, Modena desde 107 665 euros e Trofeo desde 155 594 euros.

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Maserati Grecale GT

Motor: Quatro cilindros em linha, 2.0 turbo,"mild hybrid", compressor elétrico

Potência: 300 cv/ 5750 rpm

Binário: 450 Nm/2000 rpm

Tração: permanente às quatro rodas

Caixa: Automática de 8 velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 5,6 s

Velocidade máxima: 240 km/h

Consumo médio WLTP: 9,2 l/100 km

Emissões em ciclo misto WLTP: 208 g/km CO2

Bagageira: 535 litros

Preço: 95 645 euros

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