Dacia Spring. Um elétrico para todos
Após o sucesso com os modelos Sandero e Duster, a Dacia quer agora posicionar-se como uma das marcas mais importantes entre as que produzem elétricos. O objetivo, ambicioso, é alicerçado pelo novo Spring, que incorpora a mais recente filosofia de estilo da marca romena do Grupo Renault, aqui aplicada numa carroçaria de aspeto SUV, numa combinação que não é inocente: a marca espera capitalizar a tendência de crescimento dos SUV, com um visual robusto para um citadino, assente na plataforma CMF-A da Aliança Renault-Nissan.
As suas dimensões são compactas, não fugindo ao epíteto de citadino puro: mede 3734 mm de comprimento, 1516 mm de altura e 1770 mm de largura, dispondo de 151 mm de distância ao solo. Na dianteira, a grelha simulada dá o mote para uma identidade que é sublinhada pela divisão dos grupos óticos. Na traseira, os farolins têm o desenho de Y que já se viu no Sandero.
Já o interior é simples e essencial, mas não deixa de oferecer bons apontamentos de funcionalidade e correção na construção - sem fugir à ditadura dos plásticos rijos que povoam o habitáculo. O condutor tem direito a um ecrã TFT de 3.5" no painel de instrumentos, não havendo ajuste em altura e alcance da coluna da direção nem em altura do banco do condutor. Há 23,1 litros de espaços de arrumação a bordo e 290 litros de bagageira, subindo para os 620 litros com o rebatimento do encosto do banco traseiro. O espaço nos bancos traseiros é modesto, não surpreendendo atendendo às suas dimensões.
O Spring tem por base um motor de 33 kW (44 CV) de potência e 125 Nm de binário máximo disponível logo desde o arranque. Com uma bateria de 27.4 kWh posicionada sob o chassis, o peso do Spring fica-se pelos 970 kg, naquele que é um dado importante para assegurar a sua agilidade e eficiência. A autonomia homologada em ciclo combinado WLTP é de 230 quilómetros, sendo de 305 quilómetros no ciclo City WLTP. Na condução, há um modo ECO, que aumenta a autonomia em redor dos 10% às custas da performance (potência limitada a 20 kW) e das funções acessórias, como a climatização.
Sendo a bateria arrefecida a ar, a carga máxima admitida em DC é de 30 kW, um valor modesto, mas que chega para uma carga completa de zero aos 100% em 1h30m ou menos de uma hora para chegar aos 80%. Já em AC, numa wallbox de 7.4 kW, demora menos de cinco horas para uma carga completa, enquanto em 2.3 kW leva menos de 14 horas.
Contrariando a ideia de que este modelo seria "anémico", o Spring revela-se uma boa surpresa na estrada, ao acelerar com vivacidade (sobretudo em terreno urbano) e tirando partido do binário que, estando disponível logo no arranque, lhe garante facilidade de utilização com prestações bastante agradáveis. Naturalmente, em vias rápidas, a manutenção de ritmos mais elevados faz-se à custa de alguma autonomia, mas mesmo sem grandes preocupações é possível fazer mais de 200 quilómetros. Ou seja, o Spring não se "fecha" no ambiente urbano e revela até energia para outras paragens.
A gama tem apenas dois níveis de equipamento, Comfort e Comfort Plus. A primeira tem um custo base de 16 800 euros, enquanto a segunda remete para os 18 300 euros, valorizando-se pelo equipamento mais completo. Mais tarde chegará uma inédita versão Cargo para clientes profissionais da área das entregas.
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