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19 agosto 2021 às 22h44

Campo de Ourique. Há novidades no Mercado

Novidades no espaço de restauração no Mercado de Campo de Ourique que, ainda à espera dos turistas de outrora, tenta inovar e cativar a pensar nos fregueses portugueses.

O Mercado de Campo de Ourique está a mudar. Os dias de enchentes intercalam com dias quase sem gente nas mesas e corredores. É a nova realidade trazida pela pandemia que contrasta com os dias do passado, especialmente aos fins de semana, quando o que era difícil era encontrar um lugar à beira das bancadas dos vários espaços de restauração - sobretudo com as multidões de turistas que frequentavam o local.

Mesmo assim, os responsáveis pelo mercado que abriu em 2013 - o primeiro do género em Lisboa - não se resignam e olham para o presente e o futuro com otimismo contido. E acabam de apresentar novidades paredes-meias com as tradicionais bancas de peixe, fruta e legumes.

Uma das novidades é a chegada da Petiscaria pela mão do "vizinho" chef Vítor Sobral que no mesmo bairro tem dois restaurantes (Tasca da Esquina e Peixaria da Esquina). Para Diogo Sousa Coutinho, que nos recebe no espaço, era importante "ter um chef de renome no mercado".

A Petiscaria não é mais do que a forma que Vítor Sobral usa há tantos anos e que fez dele um dos mais importantes chefs nacionais. Pratos e sabores típicos modernizados sem perder a ligação à memória da comida de conforto e do que é bem português. Das carnes - provámos um pica-pau - até aos pratos de vegetais, ideais para vegetarianos.

Mas há mais três novidades no mercado do bairro onde, provavelmente, vivem mais franceses em Lisboa por metro quadrado. Basta um pouco de atenção para ouvirmos a língua francesa ecoar pelos quatro cantos do mercado.

Outra das novidades é a Pizzaria Ourique. O nome não engana: comida italiana onde a piza é quem domina. Mas também tem calzoni e um doce em base de piza: leite-creme, chocolate branco, coco ralado finalizado com crumble para sobremesa.

Ainda nos doces, outra das novidades do mercado é o For God's Bake by Mimi. Aliás, é o primeiro espaço deste conceito que juntou o cake designer Miguel Peres aos seus sócios e que tem prometido abrir mais espaços pela cidade. Explicam que não são uma fábrica de bolos, mas sim "obras de arte para comer". A ideia é que se este espaço fosse uma rede social "seria o Pinterest dos bolos". Os bolos, cup cakes e demais doçaria, tanto são para comer no local como para levar e dividir as calorias com outros.

A Going Nuts é a outra novidade e o conceito é explicado perentoriamente: "Para loucos por frutos secos." Ou seja, este novo espaço no mercado vende produtos confecionados de forma artesanal a pensar de uma forma artesanal e que cobrem vários tipos de refeições, desde o pequeno-almoço, com panquecas de muesli, a jantares de saladas com toppings de granola, até mesmo sobremesas, com as manteigas de frutos secos!

Na senda das novidades há ainda a padaria Gleba que abriu no passado dia 10 de agosto. Com porta para a rua, a padaria tem, todos os dias, 20 tipos de pão de fermentação natural fabricados a partir de cereais comprados a pequenos agricultores portugueses.

E ainda para este ano, mas sem data de abertura por causa dos atrasos que alguns materiais para a restauração estão a ter por causa da pandemia, Diogo Sousa Coutinho explica que está já prevista a abertura da hamburgueria DC's Brothers e o primeiro ponto de venda direta do Savage, um dos projetos do empresário e chef Olivier da Costa.

Para além das novidades de conceitos de restauração, Diogo Sousa Coutinho espera que a normalidade e o regresso à vida antes da covid-19 permitam realizar os vários eventos que têm previstos para o local: Oktober Fest, Feira de Vinhos e Feira de Gin. Vontade de largar as máscaras e de voltar a ver um mercado cheio de gente parece não faltar a quem está à frente destes projetos.

filipe.gil@dn.pt