BMW iX M60: Tapete voador elétrico com 619 cv
Depois do i4 M50, o departamento de performance aplica também o "tratamento M" ao SUV iX. No processo obtém 619 cv, tornando-o no modelo 100% elétrico mais potente da BMW.
Sem grandes diferenças no exterior que identifiquem de imediato estarmos perante uma versão diferente do iX normal, a "denúncia" é um pequeno emblema na traseira, onde se lê: iX M60. É verdade que temos também um para-choques com um grande difusor frontal, jantes de vinte e duas polegadas e pinças de travão azuis. Mas, tudo isso está disponível como opção na versão normal. Não fosse a polémica grelha frontal - que não funciona como tal pois está tapada -, passaríamos despercebidos no trânsito ao volante de mais um SUV elétrico da marca bávara.
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Por fora, as dimensões do iX M60 são enganadoras - parece mais pequeno do que é - graças ao trabalho de design bem conseguido. Mas, confrontados com as medidas (4,95 m de comprimento, 1,97 m de largura e 1,69 m de altura) verificamos que estão muito próximas de um X5.
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Já no seu interior, existe espaço em abundância e a utilização da nova plataforma foi determinante para o fabricante conseguir tal feito. No entanto, ao contrário do X5, que pode ter uma terceira fila com mais dois lugares, a lotação do iX é de cinco lugares. Com tanto espaço para os ocupantes, a bagageira parece ter sido a sacrificada ao disponibilizar apenas 500 litros, uma volumetria inferior à da concorrência.

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Continuamos lá dentro e é notória a intenção de obter um ambiente minimalista, ao eliminar os comandos físicos na medida do possível, sem chegar ao extremo da Tesla. Os botões físicos para a climatização foram digitalizados, mas o controlo da temperatura está sempre presente na base do ecrã.
No entanto, resta-nos a possibilidade de poder interagir fisicamente com os controlos iDrive e do modo de condução, com um acabamento em "cristal" translúcido, elevando a sensação de qualidade premium, embora não seja do agrado consensual.

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De um modo geral, a qualidade da montagem e dos materiais é irrepreensível, sendo o único reparo a solução encontrada para a fixação do ecrã multimédia ao tablier ser com um plástico que não se coaduna com a qualidade dos restantes materiais.
Quem se sentar nos bancos da frente tem tratamento VIP, com direito a massagem lombar e tudo. Além de poderem ser aquecidos ou refrigerados, contam ainda com realce dos graves através de vibração e altifalantes no encosto de cabeça, que fazem parte do sistema de som surround Bowers & Wilkins Diamond.
Na fila de trás, os passageiros não têm as mesmas mordomias, mas dispõem de algo que é muito importante: espaço. O lugar do meio deixa assim de ser um acessório em trajetos curtos, para poder ser utilizado por um adulto, mesmo em viagens longas.
Tal como no iX xDrive50, também o iX M60 tem dois motores elétricos, o da frente com 258 cv e o traseiro com 489 cv, ambos alimentados por uma bateria com 105,2 kWh úteis.
A BMW anuncia uma autonomia máxima de 561 km, mas o máximo que conseguimos sem preocupações com consumos foram 417 km, com uma média de 25,2 kWh/100 km. Aceita carregamento até 22 kW, numa wallbox com ligação trifásica, e 195 kW nos postos ultrarrápidos.
Quanto à sua dinâmica, é com entusiasmo que verificamos que do papel para a realidade, conseguimos igualar pelo menos um valor anunciado pela BMW: demorar apenas 3,8 segundos dos 0 aos 100 km/h, podendo atingir a velocidade máxima de 250 km/h.
Isto só é possível com a função Sistema de Controlo do Arranque, também conhecida como "Launch Control". Desta forma, o já impressionante binário máximo de 1015 Nm sobe para 1100 Nm e com a ajuda da tração integral catapulta as mais de duas toneladas e meia do iX M60, como se o peso não existisse.
Claro, o sorriso de orelha a orelha é inevitável, apesar de, durante o processo, os ocupantes serem esmagados contra os bancos, o que volta a acontecer na travagem, que é possivelmente a mais potente que experimentámos num automóvel elétrico.

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O iX M60 revela uma elevada agilidade, conseguida com o eixo traseiro direcional. Além disso, o conforto e o comportamento em curva são surpreendentes para um SUV com este peso e dimensões e a culpa é da suspensão pneumática adaptativa com barras de torsão sólidas. Independentemente das ruas e estradas com o piso em mau estado para onde o levámos. Mantém a altura do veículo, qualquer que seja a carga, e ajusta-a automaticamente, dependendo do modo de condução selecionado.
Parece mesmo que vamos a bordo de um tapete voador.
Ficha técnica
BMW iX M60
Motorização: dois motores elétricos com uma potência combinada de 455 kW (619 cv)
Bateria: iões de lítio com 105,2 kWh de capacidade útil
Aceleração 0-100 km/h: 3,8 segundos
Velocidade máxima: 250 km/h
Autonomia: até 561 km (WLTP)
Consumo de energia elétrica (combinado): 21,7-24,7 kWh/100 km
Preço da unidade testada: 153 762 euros