Big Bang de Luís Borges explodiu o último dia da ModaLisboa
A 60.ª edição da ModaLisboa terminou este domingo com desfiles surpreendentes de Luís Borges, Nuno Baltazar, Dino Alves e Carlos Gil.
"Segurança, Segurança", ouve-se na voz de Luís Borges no último desfile da 60ª ModaLisboa, este domingo. A Lisboa Social Mitra tornou-se numa festa para apresentação da nova coleção do designer, Big Bang.
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Eubrite, uma das figuras mais conhecidas da Baixa Chiado, entrou na sala de patins, rádio e ao som do tema "Boss Bitch" de Doja Cat, com Gorgeous escrito em azul no cabelo, levando a gritos da multidão.

© Rita Chantre / Global Imagens
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Um desfile em que os modelos eram pessoas reais, de diferentes tipos de corpos e idades, tendo sido feito anteriormente um casting para a escolha dos modelos. Houve ainda algumas surpresas na passerelle como a futebolista Jéssica Silva, o seu irmão Ivandro e icons da comunidade LGBT+: Cyber Tokyo, Lexa BlacK e Lola Herself. Vestidos em ganga e branco, os manequins mostram as novas peças brilhantes e coloridas com algumas pérolas e os clássicos B's.

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Quando as luzes se apagaram, chegou a parte final do desfile. E a passerelle transformou-se num palco. Do público surgiram bailarinos que se juntaram à cantora Nenny para um mini-concerto, que incluiu os grandes êxitos musicais da cantora como Tequila.
Nuno Baltazar: entre a crítica e a homenagem
"Avé Maria, Cheia de Graça" e com a procissão das velas, Nuno Baltazar criou um desfile e uma coleção com bastante simbolismo. No TRANSVERSE, o designer criou uma narrativa entre a cultura popular portuguesa, com elementos religiosos como os terços que algumas modelos levavam nas mãos. Foi depois ao som do Avé Maria que se construiu este desfile que pretendeu abrir algumas mentes.

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Para o outono/inverno 2024, Nuno Baltazar apostou tanto em silhuetas oversized e outras de construção mais anatómica. Outro elemento que se viu na passerelle ao longo destes três dias, foram as mangas dramáticas. Em termos de cores, explora tons austeros como o preto, café, conhaque e nude mas também azul-inglês, prata e amarelo fazendo composições com estes dois tipos de tons contrastantes.

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Para terminar, o voicemail da avó a perguntar por ele às quatro da manhã por estar preocupada. Nuno Baltazar quis no seu desfile criticar a Igreja e o momento pela qual esta está a passar, mas também homenagear as avós, que em tantas situações são quem apoia as pessoas queer.
A transformação do corpo mas não da essência de Dino Alves
Dino Alves apresentou para o outono/inverno 2023 uma coleção com uma modelagem que altera a silhueta do corpo, quase como se fosse extra corpo. Recorre a drapeados, lãs, malhas, tules, sarjas, algodão orgânico e acolchoados em preto, nude, branco, azuis, amarelo, rosa, salmão pálido e lilás, para transmitir a ideia de transformação e que todos o podem fazer desde que não mudem a sua essência.

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Elegância e cor na "Alma" de Carlos Gil
"Te amo. Me amo". Foi com uma carta de amor que Carlos Gil abriu o desfile de apresentação da sua mais recente coleção "Alma".

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Dedicada às mulheres e à sua determinação e elegância, "Alma" assinala os 25 anos de carreira do estilista com uma coleção onde predomina um padrão floral exclusivo e uma paleta de verdes, rosas, laranjas, amarelos e púrpura, que contrastavam com tons mais escuros.
Marcadas por linhas estruturadas e blocos de cor, as peças apresentadas este domingo na ModaLisboa juntaram a ganga, caxemiras, sedas, tecidos em poliéster reciclado, impermeáveis e acolchoados.
ines.dias@dn.pt
mariana.goncalves@dn.pt
sara.a.santos@dn.pt