Ultima Thule. O asteroide em forma de boneco de neve é "espalmado como uma panqueca"

O corpo celeste mais distante que o Homem já explorou parecia um boneco de neve, mas novas fotos mostram que é espalmado e não esférico
Publicado a
Atualizado a

Novas fotos enviadas pela sonda New Horizons deram aos cientistas da NASA uma nova perspetiva sobre o Ultima Thule, o astro mais distante alguma vez explorado. E, ao contrário do que sugeriam as imagens iniciais, o asteroide parece menos um boneco de neve e mais uma "panqueca espalmada", nas palavras de Alan Stern, investigador principal da missão.

"Ver estes novos dados mudou a nossa perspetiva. Será mais próximo da realidade dizer que a forma do Ultima Thule é espalmada, como uma panqueca. Mas, mais importante, as novas imagens estão a levantar questões científicas sobre como é que um objeto destes se poderá ter formado. Nunca vimos nada como isto na órbita do sol", afirmou Alan Stern.

O Ultima Thule é um asteroide, descoberto em 2014 pelo telescópio Hubble, e que se situa já na cintura de Kuiper, nos limites do sistema solar. No primeiro dia de 2019 a New Horizons fez uma aproximação ao corpo celeste a uma velocidade de 50 mil quilómetros por hora. As primeiras imagens mostravam um objeto semelhante a um boneco de neve - duas rochas esféricas fundidas uma na outra -, mas novas fotografias enviadas posteriormente, incidindo sobre o lado não iluminado pelo sol, levaram os cientistas a alterar as impressões iniciais. Afinal, Ultima e Thule (o nome dado às duas partes do asteróide) são bastante mais planos do que inicialmente se pensava.

Nesta altura a New Horizons já está 52 milhões de quilómetros para lá do Ultima Thule e os cientistas da NASA esperam que possa abordar objetos ainda mais distantes nos confins do sistema solar. Lançada em janeiro de 2006, a missão da New Horizons foi criada com o objetivo de explorar Plutão - o que já aconteceu em 2015 - e a cintura de Kuiper.

A totalidade dos dados recolhidos sobre o Ultima Thule poderá demorar cerca de um ano e meio a chegar ao Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, onde está instalado o centro de controlo da missão.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt