Nova análise ao sangue pode detetar cancro do ovário até dois anos mais cedo
A investigação envolveu a análise de amostras de sangue de 80 pessoas durante um período de sete anos.
Uma nova análise ao sangue pode detetar o cancro do ovário dois anos mais cedo do que os atuais testes, conclui um estudo desenvolvido por uma equipa internacional de cientistas, publicado na revista especializada Nature.
Os cientistas desenvolveram um método de triagem a partir do qual descobriram a presença de quatro proteínas juntas, denominado painel de biomarcadores, que indica a possibilidade de cancro epitelial do ovário (CEO).
Durante a investigação foram analisadas amostras de 80 pessoas durante um período de sete anos.
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De acordo com a médica Rachel Shaw, do Cancer Research UK, cerca de metade dos casos de cancro do ovário são diagnosticados numa fase tardia "quando o tratamento tem uma menor probabilidade de sucesso".
"É por isso essencial desenvolver testes simples como estes que podem ajudar a detetar a doença mais cedo", defende a cientista da instituição de beneficência do Reino Unido que se dedica à investigação do cancro.
O estudo foi desenvolvido por investigadores das universidades de New South Wales, Austrália, Milão, Manchester, a UCL (University College London) e a Queen's University Belfast.
Resultados "encorajadores"
Bobby Graham, autor principal do estudo, explica que "em primeiro lugar", descobriram que "a presença do painel de biomarcadores iria permitir a deteção de cancro epitelial do ovário". Depois, a equipa desenvolveu um teste de triagem "para detetar este painel de biomarcadores, tornando este um teste de diagnóstico relativamente simples", adianta o médico da Escola de Ciências Biológicas da Queen's University de Belfast, na Irlanda do Norte.
"O teste de rastreamento identifica o cancro do ovário até dois anos antes do que os testes atuais permitem", conclui Graham.
O especialista considera os resultados desta investigação "encorajadores", mas agora o objetivo é testar estas conclusões "num conjunto mais amplo de amostras" para que se possa elaborar um programa de rastreamento ao cancro do ovário.
O cancro do ovário é o sexto mais comum nas mulheres do Reino Unido. Em 2016, 4227 mortes registadas como resultado do CEO, refere a Escola de Ciências Biológicas da Queen's University de Belfast, em comunicado.
"No Cancer Research UK, estamos a trabalhar arduamente para encontrar novas formas de detectar o cancro precocemente e melhorar os testes já disponíveis. É realmente emocionante ver estes resultados encorajadores para este tipo de cancro do ovário", salienta Rachel Shaw.