Revista científica diz que genes não são significativos para o nível de escolaridade

A <em>Nature Genetics</em> tirou conclusões com base em estudo a 1,1 milhões de pessoas, todas caucasianas e de ascendência europeia. Influências dos genes variam de um país para outro, mas desempenham apenas um pequeno papel
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No maior estudo genético alguma vez publicado numa revista científica, uma equipa internacional de investigadores identificou mais de mil variações em genes humanos que influenciam o nível de escolaridade das pessoas, adianta esta sexta-feira a versão espanhola do The New York Times.

As variantes genéticas recém-descobertas explicam apenas uma parte das diferenças no nível educativo observadas entre pessoas, mas desempenham um papel menos importante do que as questões relacionadas com o ambiente, a riqueza familiar e a educação dos pais. "Na realidade, não é significativo para os indíviduos", disse Aysu Okbay, geneticista da Universidade Vrije, em Amesterdão (Holanda), e coautora do estudo.

Ainda assim, os cientistas têm a esperança que os dados da ligação entre genes e grau de escolaridade possam ser usados com o intuito de entender o que os professores devem fazer para que os jovens permanecem na escola durante mais anos.

Mais estudos precisam-se

Neste novo estudo baseado num sequenciamento de genómico de mais de 1,1 milhões de pessoas - todas caucasianas e de ascendência europeia - e publicado na revista Nature Genetics, descobriu-se que muitas das variações genéticas no nível de escolaridade estão relacionadas com a forma como os neurónios comunicam no cérebro.

A equipa procurou uma amostra muito grande mas homogénea com o fim de maximizar as probabilidades de descobrir vínculos genéticos, pois quando tentou usar diferenças genéticas para explicar as diferenças no nível de escolaridade dos estudantes afro-americanos as previsões falharam.

Os cientistas descobriram que os genes não têm uma influência uniforme, variando de um país para outro, mas não conseguiram determinar a causa destas diferenças. No entanto, acreditam se os professores num país colocarem mais ênfase na memória em detrimento da solução de problemas matemáticos, por exemplos, então as variantes genéticas poderão beneficiar certos estudantes. Ainda assim, ressalvam que para se chegar a uma conclusão verdadeiramente global destas influências genéticas, terá de se levar a cabo estudos de igual magnitude com pessoas de outras ascendências.

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