Investigadores portugueses descobriram uma forma de avaliar a agressividade de certos tipos de cancro, identificando genes presentes em problemas no mecanismo de divisão celular responsável pela formação de tumores..A investigação liderada por Nuno Barbosa Morais, do Instituto de Medicina Molecular, numa equipa que integra também investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde do Porto e do Instituto Gulbenkian de Ciência, dedicou-se a identificar certos genes associados a tumores em que há anomalias no mecanismo de divisão das células.."Conseguimos definir melhor qual é o tipo de cancro, o prognóstico e terapias" mais eficazes, disse Barbosa Morais à agência Lusa..Quando uma célula se divide pela primeira vez, formam-se dois centrossomas, que são subunidades das células que as ajudam a dividir-se.."Nos casos de cancro, esse mecanismo está avariado, em vez de dois centrossomas, formam-se três ou quatro e o ADN fica mal distribuído nas células-filhas", indicou, referindo que quanto mais centrossomas, mais maligna é a forma de cancro..Mas detetar esses centrossomas anormais "é muito difícil experimentalmente", pelo que a equipa liderada pelo investigador foi à procura de genes, escolhendo uma galeria de vinte associados com anormalidades no centrossoma, a partir da análise de milhares de tumores diferentes.."Assim, temos um sucedâneo destas anormalidades, que acontece em níveis diferentes em diferentes tipos de cancro. Esta assinatura dá-nos mais fraquezas do cancro do ponto de vista terapêutico, para que se possa atacar os tumores a partir dos genes", afirmou o investigador..O estudo do IMM é hoje publicado na revista científica de acesso aberto PLoS Computational Biology, e nele identifica-se a presença dominante desta "assinatura" genética em formas de cancro da mama agressivas.