Imagens de satélite revelam devastação das mudanças climáticas na Europa
Dos céus, a Europa já não é mais a mesma. E a "culpa" é das mudanças climáticas que estão a mudar a paisagem do "velho continente". Isso mesmo mostram as dezenas de imagens captadas por Copernicus Climate Change Service organismo da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês), que opera uma rede de satélites com o objetivo de recolher dados sobre o clima, ar, água e solo.
O ano passado foi o terceiro mais quente desde que há registos, o que revela a "tendência clara de aquecimento" nas últimas quatro décadas, de acordo com o Copernicus Climate Change Service, citado pela Bloomberg.
Um exemplo de como as mudanças climáticas estão a afetar é o que aconteceu na Suécia, país do norte da Europa que teve de enfrentar, em julho de 2018, vários incêndios que destruíram uma vasta área de floresta. As imagens de satélite mostram essa devastação. A falta de chuvas e as temperaturas elevadas levaram a um prejuízo de 100 milhões de dólares (cerca de 89 milhões de euros).
A chuva no centro e norte da Europa foi 80% abaixo dos níveis médios. "Como as temperaturas subiram durante o ano, o mesmo aconteceu com a duração da luz do sol. Partes da Europa central e do norte tiveram até 40% mais horas de sol do que a média", diz Copernicus em comunicado.
As temperaturas demasiado elevadas originam não só incêndios florestais e perdas na agricultura, mas também o recuo nos glaciares, o que "terá um grande impacto nos Alpes". Afinal, os glaciares são uma peça fundamental no "ecossistema, paisagem e economia da região", refere Harry Zekolarry, cientista do clima na Suíça. "Atraem turistas para as montanhas e atuam como reservatórios naturais de água doce. Os glaciares fornecem uma fonte de água para a hidroeletricidade, o que é especialmente importante nos períodos quentes e secos", considera o especialista.
A falta de chuva e a seca é evidente nas imagens de satélite que mostram o antes e depois dos campos verdejantes do centro e norte da Europa. E o exemplo que foi dado a conhecer foram os efeitos do calor na vegetação na Dinamarca (em cima). O mesmo pode ser visto em outras partes da Europa, alerta o organismo.
De acordo com o Copernicus Climate Change Service, Alemanha foi o país mais afetado pela seca. "O período entre abril e setembro foi o mais seco alguma vez registado levando a perdas na produção agrícola".
Para travar os efeitos devastadores das mudanças climáticas, como a subida do nível do mar, o mundo precisa investir cerca de 2,4 biliões de dólares por ano até 2035 de modo a reduzir as emissões de combustíveis fósseis.