Greve dos médicos com adesão de cerca de 80%

Pedem médicos de família para todos os portugueses, a redução da lista de utentes, mais tempo de consultas, a diminuição do serviço de urgência das 18 para as 12 horas, dedicação exclusiva ao Serviço Nacional de Saúde e revisão da carreira.
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A greve dos médicos esta terça-feira teve uma adesão de 80%, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), responsável pelo primeiro dia de paralisação.

De acordo com as informações divulgadas pela estrutura sindical, 80% dos clínicos fizeram greve na globalidade e nos cuidados primários. Nos blocos operatórios, a adesão rondou os 85% e nas consultas externas hospitalares os 75%. O que não colocou em causa os serviços mínimos, obrigatórios por lei, que incluem urgências, unidades de cuidados intensivos e alguns tratamentos, como quimioterapia.

Já nos blocos operatórios dos​​​​​​ hospitais de São José (Lisboa), D. Estefânia (Lisboa), Egas Moniz (Lisboa), Leiria, Viana do Castelo e na unidade local de saúde de Matosinhos, a adesão foi mesmo de 100%.

"A greve para os médicos é mesmo a última forma de pressão. E esperar que com isto a senhora ministra da Saúde deixe de ser subserviente e deite a toalha ao chão em relação ao ministro das finanças, porque há matérias de organização que são possíveis de resolver. Não se compreende porque é que os médicos do INEM ou do Instituto de Medicina Legal não têm médicos próprios, têm de ser prestadores de serviços", diz Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM, ao DN.

Quanto à forma como os utentes, olham para esta greve, Jorge Roque da Cunha indica que "as pessoas não ficam satisfeitas, porque estão à espera durante meses". "Tal como não ficam satisfeitas nas dezenas de vezes que viram as suas consultas adiada por outras razões, nomeadamente, falta de recursos médicos ou de enfermagem".

Os profissionais de saúde reclamam médicos de família para todos os portugueses, a redução da lista de utentes, mais tempo de consultas, a diminuição do serviço de urgência das 18 para as 12 horas e dedicação exclusiva ao Serviço Nacional de Saúde. Pedem ainda descongelamento das carreiras.

A greve, que coincide com a paralisação dos enfermeiros, continua esta quarta-feira. A paralisação deverá adiar cerca de seis mil cirurgias, disse ao DN o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço,

O segundo dia foi convocado pela Federação Nacional dos Médicos, que vai ainda promover uma concentração à porta do ministério da Saúde.

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