Facebook tem um plano para combater fake news sobre vacinas

Rede social anunciou medidas para banir ou limitar o alcance das publicações com conteúdo falso promovidas pelos partidários da não vacinação
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Ethan Lindenberger é um adolescente norte-americano, do Ohio, que esta semana foi testemunhar perante o Congresso dos EUA sobre vacinas. No meio de um crescente número de casos de pessoas infetadas por doenças que se julgavam controladas pelos planos de vacinação, Ethan é o exemplo pedagógico no combate aos movimentos anti-vacinas: aos 18 anos, o rapaz resolveu desobedecer à mãe e submeter-se a um conjunto de vacinas, com as das hepatites A e B, da gripe e do HPV (vírus do papiloma humano).

Perante os congressistas, questionado sobre as fontes de informação em que a mãe baseia as suas convicções anti-vacinação, Ethan apontou de pronto: "Sobretudo Facebook". Este é apenas o mais recente exemplo da dimensão e consequências que o fenómeno das fake news pode alcançar nas redes sociais e que reforça a urgência da luta das gigantes tecnológicas contra a disseminação de informação falsa nas suas plataformas.

O Facebook já anunciou na quinta-feira ter um plano de ação contra as fake news sobre vacinas, mas nele não está incluída a eliminação dos grupos e páginas que espalham esse tipo de conteúdo. Apenas a sua "limitação".

A rede social fundada por Mark Zuckerberg, a mais popular do planeta, com aproximadamente 2,27 mil milhões de perfis, informou que vai "reduzir o destaque dos grupos e páginas que espalham desinformação sobre vacinas no feed de notícias e na ferramenta de busca". Esses grupos e páginas "não serão incluídos nas recomendações".

Além disso, "anúncios com informações falsas sobre vacinas serão rejeitados", informou o Facebook, através de Monika Bickert, vice-presidente global de Políticas de Conteúdo da empresa. "Serão removidas as opções de direcionamento de anúncios relacionados, como controvérsias sobre vacinas. As contas de anúncios que continuarem a violar essas políticas poderão sofrer penalizações mais graves, inclusive não poder mais anunciar no Facebook", acrescentou.

O Facebook, que se junta assim a um combate também já anunciado pelo Pinterest e pelo Youtube, promete ainda "explorar formas de compartilhar informações educativas sobre vacinas quando as pessoas encontrarem desinformação sobre o tema".

Recorde-se que a Organização Mundial de Saúde identificou a resistência à vacinação como uma das dez principais ameaças atuais à saúde, a nível global.

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