Colocações no ensino superior voltam a aumentar. Veja aqui os resultados
Os resultados da 1.ª fase de acesso ao ensino superior público mostram que 87% dos estudantes foram colocados numa das suas três primeiras opções. Apesar de ter aumentado o número de colocações nas instituições do interior, estas continuam a ser as que têm mais vagas a sobrar.
Já são conhecidos os colocados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público do ano letivo 2019/2020. Consulte aqui a lista com a média do último a entrar em cada curso e as vagas sobrantes para a segunda fase.
A linha de evolução do número de colocados não tem sido linear e neste ano voltou a aumentar para 44 500, sendo que 27 280 correspondem ao ensino universitário e 17 220 ao politécnico. Ainda assim, uma subida pouco significativa de 508 estudantes, face ao ano anterior (43 992), mas expectável, relativamente ao reforço de quase mais dois mil candidatos que se apresentaram.
Já as vagas disponibilizadas (51 568) mantiveram-se praticamente no mesmo valor de 2018 (51 560). Este é o ano com o quarto valor mais alto da última década.
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Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), dos candidatos à primeira fase do concurso, 87,2% foram já colocados, tendo 87% da totalidade dos estudantes sido admitidos numa das suas três primeiras opções. Mais de metade (53,1%) conseguiu colocação na sua primeira opção, 21,9% na segunda, 12% na terceira, 6,6% na quarta, 4% na quinta e 2,4% na sua última e sexta opção.
Neste concurso, cada décima conta e a generalidade dos cursos assistiu a um aumento das médias. Principalmente aqueles que já se situavam na lista de cursos com médias mais altas.
A grande maioria dos ciclos de estudo (cerca de 700 em mais de mil) preencheram todas as vagas. Das 50 860 vagas colocadas a concurso, sobram agora 6734 para a segunda fase do concurso. Menos 7,6% das vagas sobrantes em relação à mesma fase do concurso do ano transato (7290).
Falhou o desafio lançado pelo governo de fora dos centros urbanos, com o incentivo do aumento de vagas para estas instituições. Apesar do aumento de estudantes colocados nas instituições localizadas em regiões com menor pressão demográfica (2,6% face a 2018 e 3,8% face a 2017), é a elas que corresponde quase a totalidade das vagas remanescentes - cerca de cinco mil das 6734.
O Instituto Politécnico de Bragança, por exemplo, foi das instituições que mais lugares colocaram à disposição, a nível nacional, mas a que registou o maior número de vagas sobrantes - 2042 vagas, 808 colocados e 1246 de sobra. Segue-se o Instituto Politécnico de Viseu (531), de Castelo Branco (426), da Guarda (373), de Viana do Castelo (338), de Leiria (330), de Setúbal (325) e também de Tomar (304).
No outro extremo, as principais instituições de Lisboa, Porto e Coimbra foram aquelas que registaram menor número de vagas sobrantes, sendo a maioria delas também aquelas com mais lugares disponibilizados. Com zero vagas remanescentes, estão a Universidade Nova de Lisboa, o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), bem como as escolas superiores de Enfermagem de Coimbra, Lisboa e Porto. A Universidade do Porto ficou apenas com 18 vagas por preencher e o Politécnico do Porto com 13.
Estima-se que sejam 77 mil os estudantes no ensino superior público neste ano letivo, entre os 44 500 já colocados.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior estima que, ao todo, venham a entrar cerca de 77 mil estudantes no ensino superior público neste ano letivo, entre os 44 500 já colocados na 1.ª fase. Em julho deste ano, o ministro Manuel Heitor lembrava que "o concurso nacional representa apenas metade de todos aqueles que entram anualmente no ensino superior". A outra metade é representada por vias de acesso como formações curtas (oferecidas pelos politécnicos, para as quais entram todos os anos mais de sete mil jovens), para adultos e estrangeiros (estes últimos representam já 13% do número total de estudantes no ensino superior, número que a tutela pretende ver aumentado para 20% nos próximos cinco anos).
O ministério sublinha, neste ano, o aumento de cerca de 40% dos estudantes internacionais, "que deverá superar os sete mil", lê-se no comunicado ao qual o DN teve acesso.
Fechadas as contas da 1.ª fase do concurso, é hora de abrir as candidaturas à 2.ª fase, que decorre de 9 a 20 de setembro. Para esta fase, são colocadas a concurso as vagas sobrantes da 1.ª fase, as ocupadas na 1.ª fase mas sem concretização de matrícula (divulgadas a 18 de setembro no site da DGES), as libertadas na sequência do processo de recolocação de estudantes colocados na 1.ª fase, bem como as vagas libertadas em consequência de retificações na colocação da 1.ª fase. Os resultados desta 2.ª fase serão divulgados a 26 de setembro.